domingo, 8 de julho de 2018

Beleza Oculta | Um bom filme para pensarmos um pouco mais na vida. (Dica do final de semana #10)

Sim, depois de um ano de recesso dos Titans, resolvi voltar com ele, afinal foram tantos anos de esforço construindo ele até o que é atualmente (ou era, ou até mais o que será dele), que seria meio que perdido todo esse trabalho que fazíamos e continuaremos a fazer (talvez com a mesma desatualização de sempre hehehe).
Sendo assim, não vi maneira melhor de voltar do que dando uma dica de final de semana em um bom filme que vi recentemente, Beleza Oculta que até então me parecia apenas um filme sessão da tarde e acabou me surpreendendo incrivelmente. Assim, falarei um pouco sobre minha experiência com o longa e uma breve crítica de sempre.




Beleza Oculta (Collateral Beauty) é dirigido por David Frankel, escrito por Allan Loeb, estrelado por Will Smith, Edward Norton, Keira Knightley, Michael Penã, Naomie Harris, Jacob Latimore, Kate Winslet e Helen Mirren.
Beleza Oculta conta a história Howard Inlet um ótimo publicitário bem sucedido e com uma vida perfeita, até o dia que sua filha morre (sim, é um daqueles filmes dramáticos em relação família, principalmente pra quem tem filhos, o que não é o meu caso). Após esse evento terrível em sua vida, Howard entra em depressão e passa a escrever cartas, mas não para pessoas e sim coisas, como a Morte, Tempo e o Amor. O problema é quando Tempo, Amor e Morte passam a aparecer em sua vida como pessoas e lhe dão (puta que pariu) aquela lição de vida.

O filme trata um assunto que vêm sendo um problema seríssimo atualmente, também conhecido como o mal do século ou depressão, mostra um homem que tinha tudo pra ser feliz e do nada sua vida vira de cabeça pra baixo, e se vê perdido em relação ao mundo. Acredito que a narrativa e a mensagem que ele quer nos passar é muito mais do que apenas um filme, afinal como iríamos nos sentir em uma situação como a de Howard? Como o nome do filme já sugere, devemos viver buscando uma beleza oculta em nossas vidas e é por isso que achei esse filme tão fantástico.

Ele te traz literalmente a sensação de como uma pessoa pode ficar após certos acontecimentos em sua vida e em muitos momentos te faz pensar como poderia agir naquele momento (bom pelo menos eu sou alguém que viaja nessas), Will faz muito mais do que atuar, ele consegue transmitir aquela sensação de luto eterno. Claro que não podemos dar todo o crédito para ele, afinal o roteiro foi muito bem escrito e amarrado as pontas das histórias ao longo do filme. E isso mais do que sinceramente me deixa feliz, afinal não há maior sentimento de ódio do que aqueles filmes com finais em aberto ou com um final sem noção (no melhor ou pior estilo de Os Suspeitos, ai que decepção)




Em relação as fotografias, há seus momentos mas não é aquilo que você diga "Minha nossa senhora que maravilha, vou usar de WallPaper". Claro que isso é totalmente justificável, muitas cenas mostram Howard (Will Smith) na escuridão, poderia dizer que faz uma alusão a depressão, então se essa foi a justificativa (apenas suposições), ponto positivo. Agora se foi apenas por meu impressionismo mesmo, tudo bem.

E como já disse sobre a atuação de Will Smith, nada mais justo que falar um pouco sobre o restante do elenco (aliás, que elenco do CARALHO), acho que só por isso que está em parenteses podemos encerrar aqui...Brincadeiras a parte, é muito bacana você ver um filme onde as pessoas estão atuando dentro da atuação, como o que acontece com a atriz Keira Knightley, seu papel é como o Amor, mas como atuar um sentimento e não uma pessoa, e mesmo ela não sendo uma das minhas favoritas nesses elenco todo, foi animal.
Claro que o filme não é um daqueles que concorre o Oscar de melhor filme, mas tem um ponto chave, se liga na equação (Roteiro bom e amarrado + Elenco do CARALHO = Vocês deviam assistir), entenderam?




E mais uma vez vou falar, eu simplesmente adorei o filme, a ideia de você ter a oportunidade de falar com coisas tão próximas a nós, como o próprio Tempo ou até mesmo mexer conosco em relação ao sentimento de viver uma dificuldade em nossas vidas. E por último e não menos importante, é um daqueles filmes que tem um Plot no finalzinho, que você olha e fala "Eita porra, mas como isso?" ou "Mentira!". Então como minha equação acima já lhes disse, assistam o filme.

Claro que fiquei com aquela sensação de "E se eu tivesse a oportunidade de falar com a Morte, Tempo e Amor, o que eu diria"? E ae o que diriam?

NOTA FINAL: 4.5/5
"Excelente"

quinta-feira, 2 de março de 2017

Logan | Uau. (Crítica)

Talvez palavras não consigam expressar com muita exatidão tamanho êxtase que eu sentia enquanto saía daquela lotada sala de cinema. Logo de cara, processe essas palavras: este filme... Logan... é um filme incrível.




Logan é dirigido por James Mangold, o mesmo homem por trás do último filme solo do mutante, escrito por Mangold em parceria com Michael Green e Scott Frank e estrelado por, é claro, Hugh Jackman, Patrick Stewart, Boyd Holbrook e Dafne Keen e é, pelo menos de acordo com o próprio Hugh Jackman, o último filme do ator na pele de Wolverine.

Quando, há uns dois anos, Hugh Jackman anunciou que estava trabalhando em mais uma aventura solo do personagem, quase que instantaneamente eu retesei. O motivo, óbviamente, sendo o histórico do mutante em seus próprios longas, longe do resto da equipe, na atrocidade que foi X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009) e no extremamente mediano Wolverine: Imortal (The Wolverine, 2013). Ainda mais por anunciarem que esta também seria dirigida por James Mangold, o inconsistente diretor responsável por ótimas obras como Os Indomáveis (3:10 To Yuma, 2007) e outras nem tão boas como Encontro Explosivo (Knight and Day, 2010), que também havia comandado Wolverine: Imortal.

Ao mesmo tempo, quando Jackman alegou que aquela seria a última vez que ele encarnaria o personagem, a sensação foi de uma leve tristeza. Ao longo dos 17 anos de carreira do australiano na pele do Wolverine eu nunca sequer pensei num possível substituto. Era impossível. E, se antes de assistir Logan já pensava assim, agora é certeza.




Logan nos apresenta a um futuro próximo, no ano de 2029, e um Wolverine (Hugh Jackman) muito mais velho, amargo e cansado do que estamos acostumados. Acompanhado dele está um doente Professor Charles Xavier (Patrick Stewart), igualmente encarando o fim da linha. Logan não é mais quem costumava ser. Uma sombra de si mesmo, que trabalha como motorista para arranjar uns trocados e poder comprar as drogas que o velho Xavier precisa. Até que os dois cruzam caminhos com a jovem Laura (Dafne Keen) e se veem em uma missão de proteger a garota enquanto a levam para um lugar seguro.

Se há alguém para se agradecer por termos Logan do jeito que temos hoje é Deadpool (2016). O longa do Mercenário Tagarela abriu as portas há muito fechadas para as possibilidades de retorno financeiro para uma obra com classificação indicativa ‘R’ (16 anos aqui no Brasil) se feito da maneira correta. E Logan deixa bem claro que é uma produção ‘R’ logo em sua primeira cena. É brutal e é a representação definitiva do personagem nas telonas. Você não sabia que precisava de um filme assim do Wolverine até assistir.

É também o longa “mais DC” de um personagem da Marvel. Por mais que Deadpool seja bastante violento e impróprio para menores, ele ainda carregava consigo uma alegria e um humor bastante característico dos filmes Marvel, embora um pouco mais negro. Logan, por outro lado, é um retrato bastante melancólico e sombrio de personagens cansados e debilitados. Existe humor aqui também, claro, mas ele é mantido graciosamente num nível mínimo.




Hugh Jackman, extremamente confortável no papel (afinal, já são 17 anos), dá um show incomum às outras aparições do personagem nos cinemas. Apoiando-se num belíssimo trabalho de maquiagem que o deixa quase irreconhecível quando comparado à sua aparência cotidiana, o ator australiano entrega a performance definitiva do personagem que dificilmente poderá ser equiparada caso a 20th Century Fox decida escolher outro ator para viver o Carcaju. Igualmente fantásticos estão Patrick Stewart, voltando ao seu papel que tem a mesma idade do que Jackman, e Dafne Keen, que dá um show espetacular como a jovem X-23, proferindo zero palavras durante grande parte do longa, baseando sua performance apenas em expressões e ações. A estrela-mirim definitivamente tem uma carreira brilhante pela frente. Boyd Holbrook, no papel do vilão Donald Pierce, também não faz feio, elevando o personagem que seria um simples vilão esquecível digno dos esforços mais recentes da Marvel Studios a um personagem que você ama odiar.

James Mangold entrega um fantástico trabalho aqui. Não só o tom é acertado, trazendo uma pegada de western moderno à obra (tal como A Qualquer Custo fez), como Mangold também conduz as cenas com maestria. No que se diz respeito à fotografia, John Mathieson — ninguém menos do que o responsável pela direção de fotografia de obras como Gladiador (Gladiator, 2000) e também X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011) — entrega um dos filmes mais bonitos do gênero que se tem notícia. Ah, vale citar que o longa toma a decisão curiosa de inserir quadrinhos dos X-Men em seu universo, uma decisão que faz total sentido e é extremamente inteligente, além de, claro, funcionar muito bem.




A partir de certo momento, o filme toma uma rota bastante peculiar para seu gênero e se torna um longa de viagem. O que funciona muito bem e ajuda bastante a desenvolver a relação entre o trio incomum de protagonistas, e aqui é bastante difícil não notar a semelhança desta com a premissa do aclamado vídeo-game The Last of Us, lançado em 2013. Sendo franco, no entanto, o maior problema de Logan reside em sua duração. Com 141 minutos, Logan é longo demais, o que dá brecha para alguns momentos do segundo ato arrastarem sem dó. Não é algo que acabe com a obra, claro, mas pode incomodar um pouco.

Será difícil... não, impossível... substituir Jackman nesse personagem. Logan é a despedida perfeita do personagem e faz valer a pena todo o tempo aguardado por um longa solo de qualidade e todos os 17 anos de experiência do ator como o Carcaju em tela. Logan é uma experiência única. Vamos sentir sua falta, Sr. Jackman.


AVALIAÇÃO: 5/5
"Extraordinário"

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Estrelas Além do Tempo | Uma ótima história sobre o racismo e o machismo na NASA dos anos 60. (Crítica — Especial Oscars 2017)

E finalmente chegamos ao fim do nosso especial de críticas de todos os indicados ao prêmio de Melhor Filme da 89ª edição do Oscar. Sem mais delongas, vamos falar um pouco sobre Hidden Figures:




Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures) é dirigido por Theodore Melfi, escrito por Melfi e Allison Schroeder e é baseado no livro de Margot Lee Shetterly, além de trazer um elenco composto por Octavia Spencer, Taraji P. Henson, Janelle Monáe, Kevin Costner, Mahershala Ali, Kirsten Dunst e Jim Parsons. O longa recebeu 3 indicações ao Oscar: melhor filme, melhor atriz coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

“Estrelas” conta a história de três mulheres negras e sua ascensão dentro da NASA enquanto lutam contra todos os problemas da segregação racial e do machismo que faziam parte do cotidiano geral no início dos anos 60. 

Esta, inclusive, é uma pauta constantemente revisitada pelo filme: racismo. Nesse quesito, o roteiro de Melfi e Schroeder consegue realizar um ótimo trabalho em prender a atenção da audiência, o que torna bastante difícil não simpatizar ou se emocionar ou até mesmo se empolgar com a luta das personagens para conseguirem ter uma voz naquele meio. O tema é tratado ostensivamente durante uma boa parcela do longa e em diversas camadas, o que torna tudo um bocado mais interessante.

No que se trata da atuação, a química entre as três atrizes principais (Henson, Monáe e Specer) é maravilhosa e funciona muito bem. Há um espaço para debate sobre quem deveria ter recebido a indicação ao Oscar — que foi para Spencer — embora a performance de Henson tenha sido, de longe, a mais delicada e repleta de nuances. Kevin Costner, que interpreta o chefão de todo mundo ali, também faz um ótimo trabalho, o seu melhor em muitos anos, inclusive. O mesmo não pode ser dito de outros membros do escalão mais alto do elenco, mas falo mais disso depois.




É impossível não notar, logo no primeiro plano, a beleza da fotografia de Mandy Walker. É interessante ver como a fotógrafa apostou em um visual um tanto moderno para um filme de época — época essa que é muito bem representada, diga-se de passagem —, e seus tons de marrom com toques dos mais variados (dos avermelhados, aos brancos, aos azulados e por aí vai) formam planos realmente bonitos.

Mesmo tendo seus 126 minutos de duração, boa parte do longa passa a sensação de ser meio “corrida”. O roteiro peca em não desenvolver alguns aspectos da narrativa, como a relação entre Jim (Mahershala Ali que, assim como Monáe, também esteve em “Moonlight: Sob A Luz do Luar” e, inclusive, concorre ao Oscar de melhor ator coadjuvante por seu trabalho lá) e Kathy (Taraji P. Henson), por exemplo. Há também o modo um tanto cíclico como ele trata os personagens de Jim Parsons (totalmente deslocado no papel, tanto quanto Neil Patrick Harris estava em “Garota Exemplar”) e Kirsten Dunst. Ambos, em 99% do tempo que estão em tela, estão pelo mesmo motivo de bloquear o progresso das personagens por quaisquer motivos que sejam, algo que fica um tanto cansativo por volta da terceira vez que acontece.

Mesmo com seus problemas, “Estrelas Além do Tempo” ainda é uma boa pedida, tanto por tratar de temas que, incrivelmente, ainda são bastante atuais, meio século mais tarde, quanto por trazer performances bastante fortes do trio de atrizes principais e um enredo muito interessante, mesmo que, por vezes, corrido e mal desenvolvido.


AVALIAÇÃO: 4/5
"Ótimo"

Lion: Uma Jornada Para Casa | E a temperatura dos indicados começa a abaixar. (Crítica — Especial Oscars 2017)

Faltam apenas dois! Vamos continuar com nosso especial de críticas dos indicados ao Oscar de Melhor Filme, dessa vez com Lion (esta crítica contém leves spoilers. Nada que vá estragar sua experiência, mas é interessante deixar avisado):




Lion: Uma Jornada Para Casa (Lion) é dirigido por Garth Davis, escrito por Luke Davies e estrelado por Dev Patel, Nicole Kidman, Rooney Mara e David Wenham. O longa recebeu 6 indicações ao Oscar: melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor trilha sonora.

“Lion” é baseado na auto-biografia de Saroo Bierley e conta a história de vida de Saroo (interpretado por Sunny Pawar e Dev Patel) — semelhantemente a “Moonlight: Sob A Luz do Luar”, que também aborda mais de um momento na vida do protagonista —, inicialmente quando era uma criança de cinco anos na Índia, que se perdeu de seu irmão mais velho numa viagem e não conseguiu encontrar o caminho de caso e logo após retrata também sua vida na Austrália, já adulto, depois de adotado por outra família.

O longa apresenta um caso interessante. Um caso de trazer consigo dois filmes em um, um deles extremamente interessante e o outro nem tanto.




No que se trata da primeira parte do filme, quando vemos o jovem Saroo, interpretado por Sunny Pawar, perdido nas ruas da Índia, vemos um filme assustadoramente real e até emocionante. Vagando sem rumo enquanto tenta encontrar sua casa, seu irmão e sua mãe, vemos os horrores da exploração infantil, desenhados aqui de maneira bastante visceral. A interpretação do ator-mirim é uma ótima adição a esses momentos, misturando inocência com esperteza. A carreira do garoto promete e te esse papel te deixa pensando o porquê de ele não ter recebido a indicação de ator.

Quando o longa passa para a “segunda metade”, tudo muda. O protagonista agora é interpretado por Dev Patel e pouco a pouco a obra vai perdendo seu “pique”. O suspense horrorizante do início é substituído por uma história de amor um tanto convencional e fraca, quando Saroo encontra o amor de Lucy (Rooney Mara) e passa a se lembrar de sua infância conturbada enquanto tenta, quase que obsessivamente, buscar pelo seu passado.

Durante esse momento da obra, nada realmente chama a atenção. Dev Patel não entrega uma performance digna de nota e nada justifica sua indicação para o prêmio de melhor ator coadjuvante (o que também não faz o menor sentido, visto que seu papel é o de protagonista).

A direção de Garth Davis não ajuda o filme a encontrar seu “chão” no que se diz à carga emocional. Não fosse pelos constantes cortes, ainda mais a pulo de 20 anos no futuro em determinado momento, talvez a família do personagem e a relação entre eles teriam sido mais bem desenvolvidas. O longa não consegue vender seu drama.

Antes fosse um longa que focasse mais nos terríveis momentos pelos quais Saroo passou durante a infância enquanto estava perdido na Índia, “Lion: Uma Jornada Para Casa” talvez fosse mais interessante. Talvez o motivo de sua indicação à premiação máxima do cinema seja por ele ser um filme quase biográfico. Mas não há muita coisa de destaque, na verdade.


AVALIAÇÃO: 3/5
"Bom"

Moonlight: Sob A Luz do Luar | O Oscar tá pegando fogo! (Crítica — Especial Oscars 2017)

E continuando nosso especial de críticas de filmes indicados ao Oscars 2017 (e esse vai até o fim!), dos nove indicados ao prêmio de Melhor Filme, nós já falamos sobre seis. E o próximo é:




Moonlight: Sob A Luz do Luar (Moonlight) é escrito e dirigido por Barry Jenkins e estrelado por Naomie Harris, Mahershala Ali, Trevante Rhodes e Ashton Sanders. O longa recebeu oito indicações ao Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor ator coadjuvante, melhor atriz coadjuvante, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor montagem e melhor trilha sonora.

“Moonlight” conta a história de Chiron (interpretado por Alex R. Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes), passando por momentos de sua infância, sua adolescência e, finalmente, sua vida adulta e como ele se descobre e lida com isso em uma sociedade que não é lá muito aberta sobre o assunto.

Este é um filme incomum, principalmente de se comentar sobre. Deixe-me sair logo de cara e dizer que não há nada ruim por aqui, nada que tenha chamado a minha atenção de forma negativa. É um longa que, pouco a pouco, se vê eu elenco, seu roteiro e sua direção maturando e tratando de temas um tanto sérios.




É quase que “rejuvenescedor” ver este longa (que é o que “Boyhood” deveria ter sido) ser executado de maneira tão majestosa, passo a passo vendo a vida sofrida de Chiron, um garoto negro que cresceu rodeado de usuários de drogas e do tráfico, um filme que não se aproveita de nenhum clichê em nenhum momento. 

Não há muito do que se falar por aqui. As atuações de todo o elenco são maravilhosas, com destaque para Naomie Harris e Mahershala Ali que dão um belo show, mas sem esquecer do papel principal por Ashton Sanders, que não faz nada feio.

A direção de Barry Jenkins é bastante madura, com takes longos e sutis. Assim como “Um Limite Entre Nós”, “Manchester À Beira-Mar” (e basicamente todos os outros filmes que eu já abordei aqui), “Moonlight” parece extremamente real. E, como eu disse, é bastante interessante ver como o filme vai evoluindo e ficando cada vez mais sério com o passar do tempo.

“Moonlight: Sob A Luz do Luar” é mais um grande concorrente à estatueta de melhor filme e uma grande produção. Tudo aqui é milimetricamente planejado e extremamente bem executado. A avaliação não poderia ser outra:


AVALIAÇÃO: 5/5
"Extraordinário"

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

De Volta Ao Jogo | John Wick é um badass num dos melhores filmes de ação da década! (Dica do final de semana #9)

Inicialmente eu planejava trazer outro filme na recomendação desse fim de semana, mas foi então que me toquei que a sequência do longa que recomendarei hoje, “John Wick 2: Um Novo Dia Para Matar”, chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira que vem (16/02)! Então temos o cenário perfeito: estamos a uma semana da estreia da sequência e o primeiro filme está na Netflix! Sendo assim, vamos falar dele e a ideia original fica pra daqui a duas semanas (temos uma surpresa para a sexta-feira que vem):




De Volta ao Jogo (John Wick) é dirigido por Chad Stahelski e David Leitch, escrito por Derek Kolstad, estrelado por Keanu Reeves, Willem Dafoe, Adrianne Palicki, Alfie Allen, John Leguizamo, Lance Reddick e Michael Nyqvist e é um puta filme foda.
“John Wick” (perdão, o nome brasileiro é muito longo :D) conta a história de... bem... John Wick (Keanu Reeves), um assassino aposentado que trabalhava para a máfia russa em Nova York que é forçado a voltar ao submundo do crime em busca de vingança. O longa, lançado em 2014, mesmo contando com uma trama extremamente simples (o que finalmente “clica” em Wick e desperta seu desejo de vingança de início pode até parecer meio besta, mas não é. E funciona), ainda é extramente divertido.

Dirigido por dois ex-dublês, “John Wick” foi definitivamente um “sopro de ar fresco” no gênero de ação nos cinemas. Numa era e num ano em que filmes como as franquias “Jogos Vorazes” e “Os Mercenários” e até mesmo “Busca Implacável” são considerados pináculos do estilo, o longa é um grande alívio.

Stahelski e Leitch comandam as cenas e, ao lado do diretor de fotografia Jonathan Sela (que curiosamente trabalhou nos horrorosos “Max Payne” e “Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer”), as câmeras de uma maneira fantástica. Com longos takes e uma economia invejável em cortes, “John Wick” flui de tal maneira que é prazeroso assistir, enquanto filmes dirigidos por Olivier Megaton, por exemplo, são um inferno de edição e ângulos esmagados em grandes quantidade num só segundo.

Falando em fotografia... e que fotografia, meus amigos! Dos movimentos suaves e precisos das câmeras à escolha da paleta de cores que lentamente (e tematicamente) vai mudando seu tom conforme a trama avança, “John Wick” é, provavelmente, um dos filmes de ação mais bem capturados dessa década.




Todo mundo aqui está muito bom, de verdade, mesmo que as atuações não sejam dignas de um Oscar, por exemplo, até atores que são geralmente ruins por regra (como John Leguizamo), está ótimos. Mas o destaque vai todo para Keanu Reeves, claro. Um dos atores mais dedicados do mercado desde sempre, Reeves, além de ter uma habilidade impressionante de entregar diálogos clichêzões de uma maneira que você acredita, ainda é um grande “dublê de si mesmo”. Para melhor colocar: Reeves não usa dublês (assim como Tom Cruise, por exemplo) e faz todas as suas cenas mais exigentes fisicamentes, todos os seus malabarismos, sozinho, e isso é uma das coisas mais importantes num filme desse tipo. Não é desmerecer o trabalho de dublês, mas notar que é o próprio ator que está fazendo alguma cena durante o filme, sem que o diretor precise arranjar diversos modos de esconder o dublê — filmando pelas costas ou sacudindo a câmera, ou sei lá — é uma das melhores coisas do cinema. E Reeves faz esse trabalho muito bem. MUITO bem. E John Wick é um badass sem dimensões. Aliás, é extremamente interessante notar como os diretores optaram por criar o necessário de tensão para que a audiência consiga se importar com o protagonista: mesmo tendo sido o melhor do ramo, Wick já está aposentado há anos.




Falando nisso, por ser dirigido por dois ex-dublês, as cenas de ação desse longa são de cair o queixo de verdade. Ficam como destaques as cenas na casa de Wick e na boate, cena essa que é a melhor cena em uma casa noturna desde “Colateral” (Collateral, 2004).

“John Wick” é um excelente filme de ação. Fluído e muito bem dirigido, com uma fotografia maravilhosa e um protagonista tão cativante e ainda por cima com uma mitologia extremamente interessante, não é surpresa que caiu nas graças do público e vai ganhar uma continuação na semana que vem. Não fosse pelo final do terceiro ato, desnecessário, certamente ganharia a nota máxima aqui. Mas nem por isso é um filme para deixar passar batido. Entre nessa sua conta da Netflix aí e assista “John Wick” agora!


AVALIAÇÃO: 4.5/5
"Excelente"

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Samurai Jack, nova temporada, novo Jack, tudo novo!!!



Após longos 13 anos sem Samurai Jack (confesso que já tinha perdido as esperanças em uma nova temporada) foi anunciado que este ano (2017) teremos a Quinta Temporada da animação. Se não viram o trailer deem uma conferida mas se vocês já viram, bom vejam novamente porque é muito foda.




Meu fucking Deus, olha isso, não tem nem o que comentar sobre essa nova temporada afinal tem tudo que poderíamos querer em uma animação Badass, muito sangue, lutas de espada, mais sangue e membros arrancados, finalmente o Jack está respeitoso com essa barba unida ao seu longo cabelo (confesso que estou ligeiramente ansioso para assistir).

Maiores detalhes iremos postar aqui e quando houver o lançamento logicamente iremos fazer uma crítica sobre a novíssima temporada.


Castlevania ganhará série animada pela Netflix



Netflix anunciou sua mais nova animação que será dos clássicos dos clássicos, Castlevania. A primeira parte terá estreia ainda neste ano (2017), (vai que você ta lendo isso em 2020 é bom especificar) e a segunda parte está datada para 2018. Ainda não temos maiores informações sobre a animação.

O que sabemos até então é que projeto contará com Kevin Holde (Hora de Aventura) e Adi Shankar (Dredd) na produção e o roteiro ficará nas mão de Warren Ellis (RED 2).


Stranger Things - Trailer 2ª Temporada (mini-super ultra análise)



Como todos já sabem nesse último final de semana rolou o segundo maior evento esportivo do mundo, Super Bowl (Hehe ainda perde pra Copa) e como de praxe do evento tivemos diversos trailers, incluindo essa maravilhosidade que é Stranger Things (eu sei ta um pouquinho atrasado, mas as vezes a gente faz jus ao nome do Blog né, prometo mais eficiência nas próximas), bom se vocês não viram o trailer ainda, confiram conosco:




Como eu disse ali no título só vai ser na verdade um breve comentário nosso aqui sobre os futuros eventos que irão acontecer na série no nosso eterno achismo (pra deixar bem claro), meu breve comentário será...PUTA QUE PARIU VAI SER FODA PRA UM CACETE...esse foi o breve comentário. 

Mas agora falando sério mesmo, o podemos ver nesse trailer e fazer uma união ao final da primeira temporada? Bem o término da primeira temporada aconteceram diversas coisas, como o Demogorgon desaparecer junto com a Eleven, o Will tem uns baratos loucos dentro dele proveniente da sua "estadia" no mundo invertido, a Nancy ficando com o cara lá (e deixando todo mundo sem entender porras nenhumas) e logicamente aqueles MILHÕES de referências que a série nos trouxe dos anos 70/80. 

Bom pelo o que as últimas notícias disseram essa temporada será um pouquinho mais sombria, o que de fato interessa no começo do trailer é por que as crianças estão vestidas de caça-fantasmas? (confesso que quando eu vi essa imagem eu pirei) Um desenho sinistrão de um (Oh o Bicho vindo muleke) monstro e logo em seguida a desgraça do Demogorgon 2.0

Vamos aos pontos do achismo dos Titans, será que as crianças estão de fato caçando algo ou talvez procurando sua amiga Eleven por isso os uniforme de Caça-Fantasmas? O Monstro do mundo invertido que aparece no trailer de fato é uma nova criatura ou como dito acima é uma evolução do Demogorgon? 

Caso tenham uma teoria diferente além das citadas participe conosco nessa caçada conspiratórias.

Apenas uma certeza nessa nova temporada, vai ser ÉPICO!!!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

iBoy | Mais um original Netflix que errou feio, errou rude. (Crítica)



A Netflix nos últimos tempos vem sendo bem reconhecida pelos seus originais, entretanto, já faz algum tempo que ela perdeu um pouco aquele selo de qualidade 100% de seus originais seja filme, série ou documentário. 

A bola da vez foi a adaptação do livro iBoy do autor Kevin Brooks. O longa tem Direção de Adam Randall e o elenco é composto por Bill Milner (Locke, X-Men: Primeira Classe), Maisie Williams (Arya em Game of Thrones), Miranda Richardson (Muppets 2, Malévola) e Rory Kinner (007 Contra Spectre, Jogo da Imitação)

Sinopse: Tom (Bill Milner) é baleado no momento em que tenta parar um ataque violento contra sua amiga Lucy (Maisie Williams). Depois de um tempo ele acorda do coma e descobre que fragmentos de seu Smartphone foram incorporados no seu cérebro, dando a ele super poderes. Tom usa esse conhecimento e tecnologia para se vingar da gangue responsável pelo ataque.

O filme começa bem, conta a breve história de Tom e como ele é apaixonado por sua amiga Lucy (aqueles clichês adolescentes de sempre), como ele é um garoto nada popular e essas coisas abarrotadas de clichês, o problema é o de sempre, pegam um ator de segunda categoria e colocaram em um de seus filmes (as vezes da certo e as vezes não), nesse caso o ator não deu nada certo, sem carisma com uma atuação porca, você nem consegue sentir o personagem, me lembrou bastante personalidades como Kristen Stewart (Saga Crepúsculo) e Hayden Christensen (Trilogia Nova Star Wars - I, II, III). 




O maior problema do filme talvez nem seja apenas o ator, mas o roteiro é terrível com vários furos (antes de qualquer coisa, quero deixa claro que estou criticando o filme, não li a obra e não posso fundamentar criticas na mesma), como por exemplo o momento em que ele ganha os maravilhosos poderes, eles não tiveram nem ao menos a decência de explicar como ocorreu, foda-se se vocês gostaram ou não, ele tomou um tiro um pedaço do aparelho celular ficou na cabeça dele, tão simples e tão medíocre.

Logo depois de ganhar seus poderes ele vira o vigilante acabando com o tráfico e crimes em seu bairro, "pô, que legal agora vai", NÃO, simplesmente não funciona, ele começa a ter acesso a diversas habilidades e começa ajudar a população, até tentar acabar com o chefão do crime, até ai ok. O fator é quando é introduzido o vilão (Rory Kinner), ele é simplesmente jogado no meio da história com aquele papo de "Junte-se a mim e vamos dominar o mundo" (só faltou o "eu sou seu pai"), não pera! Ele manda essa dai também, dizendo algo como "eu e sua mãe éramos bem próximos, será que eu sou...".

E como "grande" vilão, o rapaz não consegue utilizar suas habilidades contra ele, por aquilo que gosto de chamar de motivos de foda-se e mais uma vez informações são jogadas na sua cara sem nenhum tipo de explicação ou seja ele simplesmente não consegue e ponto, aceita que dói menos.

Em contra proposta podemos dizer que a pequena atuação de Maisie (Lucy) é o que deixou o filme um pouco menos cretino, ela consegue trespassar para nós o sofrimento que a personagem está passando no momento (não que seja difícil devido os fatos, mas ainda assim consegue algo), na real a única importância dela de fato no longa é dar a motivação pro "mocinho" ou seja ela está ali para movimentar o filme. Como já foi dito é todo aquele clichê de filme de adolescente e "heróis", a mocinha ta em perigo e protagonista tem a "missão" de salva-lá.




Mas com toda a certeza do Universo o filme consegue ser ainda pior no final, onde mocinho e vilão se encontram em um """Mega""" embate onde podemos ver uma porrada aqui e outra ali e mas nada demais, até o momento que o "herói" vira um Super Sayajin e com todo seu poder e energia (mais uma vez nada disso fora explicado durante o filme) que obviamente ele tirou daquele lugar lá 😏, acabando com a Ultra Mega Blaster Lutinha de escola.

Confesso que se o livro for tão ruim quanto o filme foi será uma decepção maior ainda, o filme tinha potencial de ser algo a mais, mas acabou não sendo lá grandes coisas, seja na atuação ou no roteiro é bem broxante ver a "qualidade" da Netflix atualmente (em alguns originais). Podiam ter aproveitado melhor a Lucy, utilizado melhor os poderes do Tom ou simplesmente ter escolhido um ator que tivesse no mínimo a vontade de atuar. Como o Porta dos Fundos diria "Errou feio, errou rude".


NOTA FINAL: 1.5/5
"Ruim"

Justificando minha nota, acredito que o filme tinha potencial mesmo com os diversos problemas descritos no mesmo, tirando a péssima atuação do personagem principal, acho que a atuação da Arya (Maisie) conseguiu não deixar fantástico o filme (afinal isso seria meio impossível) mas acho que deu pra ficar menos pior do que se tivesse só um monte de atuações ruins.