E finalmente chegamos ao fim do nosso especial de
críticas de todos os indicados ao prêmio de Melhor Filme da 89ª edição do
Oscar. Sem mais delongas, vamos falar um pouco sobre Hidden Figures:
Estrelas
Além do Tempo (Hidden
Figures) é dirigido por Theodore
Melfi, escrito por Melfi e Allison
Schroeder e é baseado no livro de Margot
Lee Shetterly, além de trazer um elenco composto por Octavia Spencer, Taraji P.
Henson, Janelle Monáe, Kevin Costner, Mahershala Ali, Kirsten
Dunst e Jim Parsons. O longa
recebeu 3 indicações ao Oscar: melhor filme, melhor atriz coadjuvante e melhor
roteiro adaptado.
“Estrelas” conta a história de três mulheres negras
e sua ascensão dentro da NASA enquanto lutam contra todos os problemas da
segregação racial e do machismo que faziam parte do cotidiano geral no início
dos anos 60.
Esta, inclusive, é uma pauta constantemente
revisitada pelo filme: racismo. Nesse quesito, o roteiro de Melfi e Schroeder
consegue realizar um ótimo trabalho em prender a atenção da audiência, o que
torna bastante difícil não simpatizar ou se emocionar ou até mesmo se empolgar com
a luta das personagens para conseguirem ter uma voz naquele meio. O tema é
tratado ostensivamente durante uma boa parcela do longa e em diversas camadas,
o que torna tudo um bocado mais interessante.
No que se trata da atuação, a química entre as três
atrizes principais (Henson, Monáe e Specer) é maravilhosa e funciona muito bem.
Há um espaço para debate sobre quem deveria ter recebido a indicação ao Oscar —
que foi para Spencer — embora a performance de Henson tenha sido, de longe, a
mais delicada e repleta de nuances. Kevin Costner, que interpreta o chefão de
todo mundo ali, também faz um ótimo trabalho, o seu melhor em muitos anos,
inclusive. O mesmo não pode ser dito de outros membros do escalão mais alto do
elenco, mas falo mais disso depois.
É impossível não notar, logo no primeiro plano, a
beleza da fotografia de Mandy Walker.
É interessante ver como a fotógrafa apostou em um visual um tanto moderno para
um filme de época — época essa que é muito bem representada, diga-se de
passagem —, e seus tons de marrom com toques dos mais variados (dos avermelhados,
aos brancos, aos azulados e por aí vai) formam planos realmente bonitos.
Mesmo tendo seus 126 minutos de duração, boa parte
do longa passa a sensação de ser meio “corrida”. O roteiro peca em não
desenvolver alguns aspectos da narrativa, como a relação entre Jim (Mahershala Ali que, assim como
Monáe, também esteve em “Moonlight: Sob A Luz do Luar” e, inclusive, concorre
ao Oscar de melhor ator coadjuvante por seu trabalho lá) e Kathy (Taraji P. Henson), por exemplo. Há também o modo um tanto
cíclico como ele trata os personagens de Jim Parsons (totalmente deslocado no
papel, tanto quanto Neil Patrick Harris estava em “Garota Exemplar”) e Kirsten
Dunst. Ambos, em 99% do tempo que estão em tela, estão pelo mesmo motivo de
bloquear o progresso das personagens por quaisquer motivos que sejam, algo que
fica um tanto cansativo por volta da terceira vez que acontece.
Mesmo com seus problemas, “Estrelas Além do Tempo”
ainda é uma boa pedida, tanto por tratar de temas que, incrivelmente, ainda são
bastante atuais, meio século mais tarde, quanto por trazer performances
bastante fortes do trio de atrizes principais e um enredo muito interessante,
mesmo que, por vezes, corrido e mal desenvolvido.
AVALIAÇÃO: 4/5
"Ótimo" |
O drama é construído ao redor de suas protagonistas e é por isso que a atuação delas e também do elenco de apoio é crucial para o sucesso do filme. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros. Também adorei 7 Minutos Depois da Meia Noite é um dos melhores filmes baseados em livros, porque tem toda a essência do livro mais sem dúvida teve uma grande equipe de produção. É muito inspiradora, realmente a recomendo.
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