A DC Comics continua apostando forte — tipo bastante MESMO (percebeu como eu usei vários efeitinhos pra dar ênfase?) — em trazer sua mitologia pra TV. O problema de tudo é que ela só erra: “Arrow” é um show de horrores constrangedor nada consciente de si mesmo, “The Flash”, “Legends of Tomorrow” e “Supergirl’ não estão muito atrás, “Gotham” um dia teve potencial, mas preferiu jogar tudo pela janela e apostar num cast de vilões de filmes da franquia 007 na era de Roger Moore e “Constantine”... bem... ela foi cancelada por um motivo. Mas e Powerless? Depois de “Gotham”, essa é a série com a proposta mais “fora da caixa”, não?
Pode ter sido isso que foi dado a entender quando
anunciaram a produção, exibida pela NBC, há uns tempos atrás: uma série de comédia
que acompanha uma mulher que não tem nenhum superpoder vivendo numa cidade onde
superheróis e supervilões lutam e destroem tudo o tempo inteiro. Só que o
produto final não passa nem perto de ser algo original. Na verdade, tudo
é bastante formulaico. Tão formulaico que chega a doer um pouquinho, lá no
coração. Mas vamos lá falar dos pontos positivos? Vamos sim:
A abertura! A abertura, que é cheia de capas
clássicas da Era de Ouro dos quadrinhos da DC, é ótima e bacanuda e coisa e tal.
E... só.
“Não tem mais nada?”
Não tem mais nada.
Pelo que parece, a premissa da série mudou
COMPLETAMENTE desde que rolou aquela exibição de teste da San Diego Comic-Con
no ano passado. Primeiro, abandonou o projeto seu próprio criado, Ben Queen,
por “diferenças criativas” (aham, sei). Depois, a trama passou de abordar o
trabalhos dos funcionários de uma empresa que presta seguros à pessoas comuns,
vítimas de danos e destruições causadas pelas batalhas dos superpoderosos (alô,
Superman!), a Retcon Insurance, para tratar da equipe de Pesquisa e
Desenvolvimento da Wayne Security, uma divisão da Wayne Enterprises. Em poucas
palavras: a série fala de um pessoal que desenvolve os bat-gadgets pro Morcegão, achando que estão fazendo isso pra
população.
O maior problema de “Powerless” (mas não o único) é
que... wait for it... ELA NÃO É ENGRAÇADA!
O roteiro do primeiro episódio está literalmente transbordando de referências
ao Universo da DC tanto dos cinemas (!) quanto da TV, mas ela é cheia de
trocadilhos excruciantemente idiotas (o nome do primeiro episódio é “Wayne or
Lose”. Vou deixar você absorver isso por um tempo) e as piadinhas são bastante
previsíveis. Fato: enquanto assistia, logo no início, eu dei um soprinho de
nariz. Sabe aquele sopro característico que você dá pra uma coisa que nem chega
a ser engraçada, mas é “oown, que adorável”? Então... e nem foi uma sequência
de sopros. Foi um só soprinho de nada.
Entre o elenco, temos a protagonista, Emily Locke, a recém-contratada chefe
do departamento de P&D, interpretada por Vanessa Hudgens. Ela tenta. Ela se esforça, vá lá, mas não consegue
segurar todas as pontas sozinha. Os coadjuvantes são... ah, extremamente
descartáveis. Consigo me lembrar do nome de exatamente zero deles, e eu assisti
o episódio há uma hora. Há também Alan
Tudyk, que interpreta um primo de Bruce Wayne. Ele é o característico chefe
absurdo, vagabundo e incompetente. Uhull! Originalidade!
No fim das contas, você fica se perguntando: “será
que a DC ao menos tá tentando?”. “Powerless” tinha um grande potencial, mas
preferiu jogar tudo pela janela e seguir com uma fórmula pronta. Resultado:
piadas ruins, clichês previsíveis e a graça mais inexistente que a qualidade de
“Superman IV”. Pois é. Não foi dessa vez, de novo...
AVALIAÇÃO: 2/5
"Medíocre" |
Só não concordei da parte sobre Gotham. A série está excelente, uma das poucas (ou a única) séries da DC que atualmente vale a pena assistir. O problema é sua complexidade, que muita gente não entende e já sai metendo o pal.
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