Devo confessar que não exatamente aquele seu go-to guy quando se trata de musicais no
cinema. Salvo alguns clássicos animados ou não pela Disney (como “O Estranho
Mundo de Jack”), por exemplo, e um ou outro live-action aqui e ali (tipo “Os
Miseráveis”, ou alguns clássicos como “A Noviça Rebelde”, “Grease: Nos Tempos
da Brilhantina”, “Cantando na Chuva” e “O Mágico de Oz”, que têm outros motivos
para serem apreciados), eu não sou exatamente uma pessoa que tem musicais entre
seus gêneros cinematográficos favoritos. Este longa, no entanto, tem um
potencial a mais. Vamos continuar com nosso especial do Oscars 2017:
La
La Land: Cantando Estações (La La Land) é escrito e dirigido por Damien Chazelle e estrelado por Ryan Gosling, Emma Stone
e J. K. Simmons. O longa recebeu 14
(QUATORZE!!!) indicações ao Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor ator,
melhor atriz, melhor roteiro original, melhor fotografia, melhor design de
produção, melhor figurino, melhor montagem, melhor edição de som, melhor
mixagem de som, melhor trilha sonora e mais 2 (DUAS!!!) indicações para melhor
canção original.
Ryan Gosling é Sebastian,
um pianista e um apaixonado por jazz que deseja um dia poder abrir a sua
própria casa de jazz enquanto Emma Stone interpreta Mia, uma aspirante a atriz. Ambos acabam por se encontrar em
Hollywood e agora nós temos a história deles contada através de muita música e
dança.
Damien Chazelle claramente sempre esteve envolvido
com filmes que incorporam música em suas tramas. Desde seu primeiríssimo filme,
um musical chamado “Guy and Madeline on a Park Bench” (2009), passando por “Toque
de Mestre” (Grand Piano, 2013 — que ele não dirigiu, apenas atuou como
produtor) e finalmente no mais que excelente “Whiplash: Em Busca da Perfeição” (Whiplash, 2014 — clique no nome do filme para conferir a nossa crítica!) e,
obviamente, isso não é diferente com “La La Land”.
Como eu disse
no início dessa crítica, eu não sou lá um grande fã de musicais. Na
verdade, se eu fosse listar meus gêneros favoritos no cinema, “musical”
provavelmente figuraria entre os últimos colocados, mas “La La Land” é
especial. Mais uma vez, Damien Chazelle dá um show na direção e no roteiro. “La
La Land” não só é tecnicamente impecável como também doce e com uma linda
mensagem a transmitir.
Chazelle tem uma competência ímpar tanto atrás das
câmeras quanto na caneta e no papel. Uma prova da primeira é jogada na sua cara
logo no início do longa: um maravilhoso plano-sequência que se passa no meio de
um engarramento em Los Angeles. A coreografia, a execução, a sincronia... tudo
extremamente bem planejado — down to the
second! — de tal forma que te faz: pensar na quantidade de takes que foi
necessária para fazer tudo certo e parabenizar o diretor e o elenco pela
dedicação e atenção aos detalhes.
A fotografia de Linus
Sandgren (conhecido por “Trapaça”, de 2013, e “Joy: O Nome do Sucesso”, de
2015) não fica para trás e os esforços dele com o diretor combinados resultam
dezenas — senão centenas — de momentos incríveis de cair o queixo. Quer outro
exemplo? Aquela brilhante sequência de dança entre Gosling e Stone no lindo pôr
do Sol de Hollywood, provavelmente com alguns dos meus planos favoritos do ano (em outras palavras: a primeira imagem deste post).
Duas imagens porque o troço é bonito! |
Tanto Ryan Gosling como Emma Stone estão incríveis
aqui e justificam suas indicações. A história de Mia e Sebastian é incrível e a
química entre os dois é invejável.
“La La Land” tem uma importante mensagem para passar
para aquelas pessoas que têm um sonho mas, por algum motivo, são impedidos de o
seguir. Esse longa é uma história de amor E uma carta de amor à arte E uma
carta de amor a quem tem um sonho. É como se o filme se materializasse, criasse
braços, saísse da tela, te agarrasse pelos ombros e te sacudisse, dizendo “levanta
daí e corre atrás do que você quer e acredita!”.
Damian Chazelle tem apenas 32 anos e já é
definitivamente um dos melhores diretores da atualidade e eu mal posso esperar
para ver o que mais ele consegue fazer. “La La Land” é uma conquista técnica e
um lindo filme, que esbanja qualidade em diversos níveis, de técnico a
emocional. Um filme sobre amor, comprometimento, sonhos e a própria vida,
regado de sequências musicais tão bem aplicadas que muitas vezes acontecem sem
você notar. Já é a segunda vez que o diretor ganha a nota máxima aqui no Titans
Desatualizados, e que venham mais delas.
AVALIAÇÃO:
5/5
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