Se todas as edições dos Oscars fossem como esta, o
mundo estaria MUITO mais bem servido da sétima arte. Vamos continuar com nosso
especial Oscars 2017:
A
Qualquer Custo (Hell
or High Water) é dirigido por David
Mackenzie, escrito por Taylor
Sheridan e estrelado por Chris Pine,
Ben Foster e Jeff Bridges. O longa recebeu 4 indicações ao Oscar: melhor filme,
melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original e melhor montagem.
Eu confesso que não conhecia David Mackenzie antes
de assistir “A Qualquer Custo”, mas o elenco de ponta e o roteiro de Taylor
Sheridan (responsável por escrever o mais que excelente “Sicario: Terra de
Ninguém”, em 2015) foram o suficiente para atrair a minha atenção. E eu estou
feliz que isso aconteceu.
“A Qualquer Custo” conta a história de dois irmãos, Toby e Tanner Howard (Chris Pine e Ben Foster, respectivamente), que começam
a roubar filiais de um banco no Texas em quantias que não são tão altas para
chamar a atenção do FBI mas ainda assim altas o suficiente para fazer com que o
ranger Marcus Hamilton (Jeff
Bridges) e seu parceiro Alberto Parkes
(muito bem interpretado por Gil
Birmingham) se interessem pelo caso.
O longa é definitivamente um western moderno e a
sutileza da direção de Mackenzie junto ao roteiro de Sheridan dão a ele um ar
bastante isolado. Falando em direção, eu não conheço os outros trabalhos do
diretor escocês, mas dificilmente acho que eles podem ser superiores a este. A
sua preferência por takes longos (como o plano sequência no início) com movimentos
suaves das câmeras e esse é definitivamente um dos pontos altos do filme. O
diretor e o roteirista optam por deixarem as cenas falarem por si mesmas e, em
pouco ou nenhum diálogo, toda a emoção necessária é passada.
Tanto Chris Pine quanto Ben Foster fazem aqui as melhores
atuações de suas carreiras, o que torna muito estranho o fato de que nenhum dos
dois recebeu uma indicação ao Oscar. Mesmo sendo irmãos, seus personagens são
vastamente diferentes: Toby é um homem comum, pai divorciado que precisa
arranjar uma maneira de prover para seu filho. Já Tanner (numa atuação em Ben
Foster se transforma completamente) é violento e meio psicótico e já passou um
bom tempo preso. A química entre os dois é fantástica, tão quanto a química
entre os personagens de Jeff Bridges e Gil Birmingham. Eles interpretam dois
rangers parceiros que trabalham juntos no caso dos roubos. Jeff Bridges é
fenomenal (o que lhe rende a indicação para Melhor Ator Coadjuvante) e Gil
também não faz feio. A relação entre os dois é daquele tipo de amigos que vivem
trocando insultos mas sempre na esportiva.
A fotografia fica por conta de Giles Nuttgens — que anteriormente havia trabalhado com “A
Reconquista” (Battlefield Earth, 2000), também conhecido como “MEU DEUS COMO
PODE USAR TANTO ÂNGULO HOLANDÊS NUM SÓ FILME” — faz um trabalho impecável aqui,
como na escolha da paleta de cores com tons mais quentes que muito bem
simbolizam a desolação do interior do Texas dando, como dito, aquela sensação
de se estar assistindo a um western, mesmo que o longa se passe em dias atuais.
No fim das contas, “A Qualquer Custo” é um grande
filme e outro forte competidor na corrida do Oscars 2017, então não seria uma
surpresa se fosse este o vencedor do prêmio de Melhor Filme. Meus amigos... o Oscars desse ano está pegando fogo!
AVALIAÇÃO: 5/5
"Extraordinário" |
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