Nós estamos de volta! YAAAAAY! O Titans
Desatualizados passou por alguns problemas neste último ano, mas finalmente
estamos de volta e com nenhuma vontade de parar tão cedo!
E, para celebrar esse retorno, vamos aproveitar que o Oscars 2017 já está logo ali e vamos falar, uma vez por dia, de alguns seletos filmes que foram indicados. Spoiler: a coisa tá muito boa.
Mas isso não vai ficar para amanhã, de jeito nenhum.
Já vamos começar agora falando de “Até o
Último Homem”, um dos NOVE (!!!) indicados na categoria principal: a de Melhor
Filme.
Sem mais delongas, vamos lá:
Até
o Último Homem (Hacksaw
Ridge) é, inacreditavelmente, dirigido por Mel Gibson, escrito por Andrew
Knight e Robert Schenkkan e
estrelado por nomes como Andrew Garfield,
Hugo Weaving, Vince Vaughn, Teresa Palmer, Sam Worthington e Luke Bracey. Além disso, o filme recebeu 6 indicações ao Oscar: melhor filme, melhor diretor, melhor ator principal, melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som.
Já faziam alguns bons anos desde que Mel Gibson
apareceu pela última vez no centro dos holofotes. Fora as controvérsias e
polêmicas sobre bebedeiras, abuso e racismo em que esteve envolvido na virada
da década, seu último trabalho expressivo no cinema foi em 2010 no ótimo “O Fim
da Escuridão”, de Martin Campbell, onde
viveu o detetive policial Thomas Craven que testemunha o assassinato de sua
filha na porta de casa... enfim, eu divago. Mas, sério, assistam esse filme.
De qualquer maneira, Gibson teve sua volta gradual
aos holofotes quando viveu o vilão em “Os Mercenários 3” em 2014 e, dois anos
depois, no surpreendentemente bom “Herança de Sangue”, em 2016. Mas o maior
destaque da sua carreira — possívelmente desde “Apocalypto” — foi,
definitivamente, seu trabalho no comando de “Até o Último Homem”.
O filme, que se passa durante a 2ª Guerra Mundial, conta
a (incrível) história real de Desmond
Doss (vivido aqui por Andrew Garfield), um jovem extremamente religioso que
decide se alistar no exército para atuar como um médico no campo de batalha. No
entanto, Doss tem uma única condição: ele se recusa a sequer tocar numa arma.
Nas suas próprias palavras, Desmond quer “salvar pessoas, não matá-las”.
A começar pela atuação, é até meio espantoso que
apenas Andrew Garfield recebeu uma indicaçao ao Oscar. Não que ele tenha feito
um trabalho ruim — longe disso — e sim porque todo mundo brilha aqui. Mas vamos
por partes...
Garfield é ótimo como Doss. Ele é simplesmente muito
agradável. Mesmo quando todo o mundo se mostra contra seu personagem de todas
as maneiras possíveis, sua positividade que nunca é abalada chega a ser
contagiante. Não é uma atuação escandalosa — na verdade não há nem um pouco de overacting por aqui —, é muito sutil.
Doss é educado, doce e gentil e bastam alguns poucos segundo pra você começar a
gostar dele. O total contrário de seu pai, Tom
(Hugo Weaving), que é um homem extremamente perturbado, alcoólatra e abusivo
com a esposa e filhos. É tão gratificante ver Weaving mostrando ao mundo um
lado menos megalomaníaco de sua atuação. Quero dizer, nós conhecemos o homem há
muito tempo por seus papeis como o Agente Smith, ou Elrond, ou V, ou o Caveira
Vermelha, mas é no mínimo raro ver o cara trabalhando com um personagem tão
diferente. E, mesmo ele sendo a pessoa ruim que ele é, também não é difícil
simpatizar com ele. Tom Doss lutou na 1ª Guerra Mundial e viu todos os seus
melhores amigos morrerem das piores maneiras possíveis. Receber a notícia de
que seus filhos se alistaram pra entrarem num avião ou num barco e irem até outro
continente apenas para morrer é deveras devastador. Esta é, provavelmente, a
melhor atuação de toda a sua carreira.
Outros destaques também ficam para Vince Vaughn, que
faz um ótimo (ÓTEMO) trabalho como um sargento que pega no pé de Doss e para
Teresa Palmer, o interesse amoroso de Doss que também faz a melhor atuação de
sua carreira. A ótima química entre ela e Garfield chega a lembrar o romance de
Emma Stone com o ator em “O Espetacular Homem-Aranha”, mas com um filme muito melhor em volta deles.
Mel Gibson dirige o filme com maestria. Quer uma
prova? Ele conseguiu arrancar boas atuações de Sam Worthington e Luke Bracey!
2016 foi um ano surpreendente nesse aspecto (Jai Courtney, estou olhando pra
você).
Falando na direção de Gibson, a sua habilidade para
evocar boas atuações de atores não muito carismáticos não é o único destaque
aqui. O filme é bem dividido entre os momentos antes da guerra e quando Doss
finalmente pisa no campo de batalha. Na primeira metade do longa, Gibson
comanda o filme e os seus atores muito bem, com longos takes onde nenhuma
palavra precisa ser dita para que o sentimento necessário seja passado.
Esses momentos até te fazem questionar se você está
mesmo assistindo um filme do mesmo diretor de “Coração Valente” e “A Paixão de
Cristo” porque, afinal de contas, violência é uma característica recorrente de
seus filmes. Aliás, numa nota a parte, palmas para o diretor que conseguiu
montar e sustentar o suspense muito bem. Você ouve e ouve falar de guerra mas
ela não é vista tão cedo, mas quando finalmente chega, ela chega com tudo e
todas as dúvidas são jogadas pela janela (violentamente). Numa transição sutil
mas efetiva para uma edição mais energética, crua e fria, com muitos takes
capturados com o equipamento nas mãos, as cenas que retratam a guerra
extremamente realistas e muito bem realizadas. São aterrorizantes, o que
contrasta muito bem com o personagem principal que é completamente contra a
violência. Quando Doss finalmente chega à Europa, é como se ele tivesse enfim
pisado em um filme de terror.
Se tenho alguns problemas com o longa, eles
definitivamente são a computação gráfica que, em alguns momentos, se torna
óbviamente falsa, alguns personagens com arcos incompletos e, principalmente,
os últimos minutos do terceiro ato serem meio apressados de mais, quase como se
o longa tivesse algo próximo de três horas originalmente e não os 140 minutos
da versão que foi aos cinemas.
Mesmo com esses problemas, “Até o Último Homem” é um excelente filme de guerra, digno de estar no mesmo patamar de obras como “O Resgate
do Soldado Ryan”, de Steven Spielberg, e “Falcão Negro em Perigo”, de Ridley
Scott. Com incríveis atuações e uma brutalidade extremamente efetiva em sua
realização, este longa é um forte concorrente aos prêmios de Melhor Filme e Melhor
Diretor, e é o definitivamente o melhor filme da carreira de Mel Gibson na
cadeira de diretor desde quando o mundo foi surpreendido com “Coração Valente”
que, na época, levou para casa cinco estatuetas: as duas anteriores e mais por
de Melhor Edição de Som, categoria na qual “Até o Último Homem” também está
disputando este ano. Fale o que quiser sobre o homem, ele definitivamente não é
uma boa pessoa, mas os seus talentos como ator e, principalmente, como diretor
são inegáveis. E, cara, como a falta dele foi sentida. Seja bem vindo de volta,
Mel Gibson.
Mel Gibson fez um ótimo trabalho dirigindo o filme. É interessante ver um filme que está baseado em fatos reais, acho que são as melhores historias, porque não necessita da ficção para fazer uma boa produção. Gostei muito de Até O Último Homem, não conhecia a história e realmente gostei. Na minha opinião foi um dos mehores filmes de drama que foi lançado. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Vi este filme por que amo aos atores que participam nele. Eu sem dúvida verei novamente.
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