Para mim, pessoalmente, todo novo filme de Denis
Villeneuve é um evento. Quase um feriado. É algo que eu preciso assistir o
quanto antes. O diretor canadense tem uma filmografia ainda relativamente
pequena, mas impecável. Em minha mente só vêm dois outros diretores no mundo
com um currículo tão brilhante quanto este: David Fincher e Ben Affleck. Isso
deve ser o suficiente para você aí que está lendo entender a magnificência do
que estou falando aqui. Vamos seguir em frente com nosso especial:
A
Chegada (Arrival)
é dirigido por Denis Villeneuve,
escrito por Eric Heisserer e é
baseado no conto Story of Your Life (1999),
de Ted Chiang. É estrelado por Amy Adams, Jeremy Renner e Forest
Whitaker e recebeu 8 indicações ao Oscar: melhor filme, melhor diretor,
melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor design de produção, melhor
montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som.
No longa, um punhado de naves extraterrestres pousa
em 12 lugares diferentes no planeta Terra e ninguém tem a mínima ideia de suas
intenções. A renomada linguista americana Dra.
Louise Banks (Amy Adams) é chamada juntamente com o físico Ian Donnelly (Jeremy Renner) pelo governo
para tentar decifrar e interpretar o “idioma” dos visitantes e desenvolver um
modo de comunicação com o objetivo de entender o propósito deles aqui.
Logo de cara, permita-me dizer que este, assim como
seus “antecessores”, é um filme extremamente bem dirigido. De maneira similar *àquela*
magistral direção de “Sicario”, por exemplo, Villeneuve até repete a mesma
fórmula aqui, ao menos no início. A habilidade do diretor canadense de
construir e sustentar um suspense cada vez mais intenso durante o primeiro ato
do longa é admirável: durante boa parte do tempo você ouve falar sobre a
chegada dos alienígenas à Terra. Você assiste à filmagens amadoras das naves,
mas que propositalmente não te permitem enxergar direito. Quando a revelação
das naves finalmente acontece, não só a apresentação do momento como todo o
suspense que sustentou essa cena pelos últimos minutos fazem seu queixo ir ao
chão. E a jogada se repete. Você ouve relatos de pessoas que viram os extraterrestres,
e elas se recusam a descrevê-los. A angústia e a vontade de saber como os
ditos-cujos só aumentam, você consegue senti-las na boca do estômago.... quando
a revelação finalmente acontece, lá se vai seu queixo pro chão mais uma vez.
Melhor comprar uns curativos. Além disso, “A Chegada” não é nenhum “Independence
Day” ou “Aliens: O Resgate” ou “Guerra dos Mundos” (graças aos deuses). Em
outras palavras, este não é uma ficção científica de ação. Muito pelo
contrário, na verdade. O longa se apoia bastante no suspense e na tensão, então
se alguma comparação é necessária para se ter alguma base do que esperar do
modo como o longa toca o barco, tenha em mente o filme “Sinais”, de M. Night
Shyamalan. Mas, ainda assim, “A Chegada” não é a mesma coisa. É vastamente
diferente.
Falando nas “apresentações”, permita-me dizer que este
filme não está concorrendo ao Oscar de Melhor Fotografia à toa. Mais uma vez,
assim como “Sicario”, “A Chegada” é um banquete aos olhos. Tome como exemplo o
maravilhoso longo plano que finalmente nos apresenta a nave extraterrestre:
parada ali, coberta de neve, majestosa sobre as insignificantes instalações
humanas quase como que ao sopé de uma montanha. E não é apenas isso, claro. O
longa está coberto e recheado com deliciosos planos durante todos os seus 116
minutos. “A Chegada” pode não ter Roger
Deakins como “Sicario” teve, mas o atual diretor de fotografia, Bradford Young — que trabalhou
anteriormente em “Selma: Uma Luta pela Igualdade” (Selma, 2014) e “O Ano Mais
Violento” (A Most Violent Year, 2014) —, preenche a vaga mais do que bem.
Mesmo assim, tais cenas não teriam o impacto que têm
se não fosse, também em grande parte, graças às atuações de Jeremy Renner e,
principalmente, Amy Adams. Ambos dão, com certeza absoluta, uma das melhores
atuações de suas carreiras. O que te faz pensar qual o obscuro motivo de Adams
não ter sequer recebido uma indicação ao prêmio de Melhor Atriz Principal.
O roteiro brinca um pouco com o pânico que um evento
desses causaria caso realmente acontecesse, e até chega a alertar para os
problemas que podem ser causados pela disseminação de notícias falsas (algo
extremamente atual), o que leva à um certo momento no longa (que eu não vou
dizer exatamente qual é por motivos de SPOILERS. Mas você entende assim que
assiste ao filme) que até tem boas intenções, mas que pareceu não ter nenhum
motivo para acontecer, visto que não muda o curso de nada e não tem grandes
consequências na história. Enfim...
Este não é o primeiro filme de enredo complicado que
Villeneuve dirigiu (“O Homem Duplicado” é a prova), e o terceiro ato pode até
dar um nó nos espectadores mais desavisados. Mas o longa não engana nem tenta
fugir sem dar uma explicação aos acontecimentos. Basta assistir com bastante
atenção desde o primeiro plano e tudo vai fazer sentido.
No fim das contas, “A Chegada” é um grande filme. Se
é ou não o melhor filme da carreira do diretor até o momento vai depender de
quem está sendo perguntado (em minha humilde opinião, “Sicario” ainda é
superior), mas é definitivamente um dos melhores filmes sobre invasão
alienígena que já tivemos, digno de figurar pelo menos entre o Top 5! É outro
forte concorrente ao prêmio de Melhor Filme (além de Melhor Fotografia e...
bem... todos os outros) e Villeneuve ao de Melhor Diretor. Confesso que
gostaria de ter falado sobre ele bem mais cedo, mas não tive a oportunidade,
até ele ser indicado ao Oscar! De qualquer maneira, este é um filme que
respeita sua audiência (*cof* *cof* “Interestelar” *cof* *cof*) e vale
cada centavo.
AVALIAÇÃO:
5/5
É uma boa opção para uma tarde de filmes. Os filmes de ficção são os meus preferidos, mas Assistir Arrival se tornou no meu filme preferido. Sua historia é muito fácil de entender e os atores podem transmitir todas as suas emoções, é muito interessante. Eu recomendo muito e estou segura de que se converterá numa das minhas preferidas.
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