Bem, a nossa saga de preparação para Batman v Superman: A Origem da Justiça
está quase chegando ao fim. Nós já passamos por nove filmes e, contando com
esse que falaremos logo abaixo, só faltam quatro. Enfim... sem mais delongas,
vamos voltar à Metropolis:
Aviso: Caso você ainda não tenha
assistido o filme, saiba que a crítica a seguir contém alguns spoilers! Você
foi avisado...
Lançado
em 2006, dezenove anos após aquela catástrofe que foi Superman IV: Em Busca da Paz, Superman:
O Retorno (Superman Returns) foi
dirigido por Bryan Singer —
principalmente conhecido por seu trabalho dirigindo os dois primeiros X-Men —, escrito por Michael Dougherty e Dan Harris e trouxe um elenco completamente
repaginado, composto por Brandon Routh,
Kate Bosworth e Kevin Spacey.
Depois
do quarto filme da franquia e a recepção terrível, nem mesmo a Warner quis
tocar no nome “Superman” por um bom tempo, quase a mesma coisa que ela fez com
o Batman, só que esse hiato demorou mais que o dobro do Homem-Morcego.
É
verdade que já na década de 90 a Warner já estava tentando arrumar um jeito de
trazer o Homem de Aço de volta às telonas. Muitos devem conhecer o tal do Superman Lives, um filme que seria
dirigido por Tim Burton e teria Nicolas Cage no papel principal, contando a
história da morte e ressurgimento do herói. O projeto nunca realmente saiu do
papel e, ao longo dos anos, diversos outros nomes como Brett Ratner e J. J.
Abrams se envolveram. No fim das contas, foi só em 2006, sob a visão de Bryan
Singer, que o Homem de Aço finalmente retornou aos cinemas, muito diferente do
que era planejado na década anterior e muito mais semelhante aos filmes
clássicos.
De
fato, este novo filme faz, claramente, uma homenagem aos clássicos (especialmente
os dois primeiros), talvez até demais. Diversos elementos dos filmes da década
de 70 retornam, e eles vão desde os créditos iniciais até alguns elementos de
roteiro como uma Lois Lane (Kate
Bosworth) “semianalfabeta” (sempre perguntando aos outros como que se escreve
tal palavra), os trejeitos de Clark Kent
(Brandon Routh), como insistir em dizer palavras como “swell” (que Lois jura
que ninguém mais no mundo fala daquele jeito), e até mesmo algumas falas retornam,
como a que Lex Luthor (Kevin Spacey)
afirma que seu pai lhe disse há muito tempo. Além disso, o próprio Lex de Spacey é extremamente semelhante à versão do personagem vivido por Gene Hackman, anos atrás.
Aliás,
o enredo também traz algumas semelhanças ao do primeiro Superman, de ’78, mas também tem sua originalidade: após astrônomos
descobrirem restos de Krypton que supostamente ainda continham vida, Superman
desaparece por cinco anos. Naturalmente, Kal-El retorna à Terra, numa nave
espacial extremamente semelhante à qual ele viajou pela primeira vez.
Eventualmente, Clark retorna ao Planeta Diário para descobrir que tudo mudou,
principalmente com Lois. A repórter “se casou” e teve um filho, e venceu o
prêmio Pulitzer pelo seu artigo “Porque o mundo não precisa do Superman”. Na
ausência do Homem de Aço, Lex Luthor foi solto da prisão (em parte porque, na
ausência de Superman, o mesmo não pode testemunhar no julgamento), encontrou
uma rica senhora, se casou e, após sua morte, herdou toda a sua fortuna. Lex
então viaja à Fortaleza da Solidão no ártico e rouba os cristais que lá se
encontravam. E é aí que a coisa começa a desandar.
O
roteiro tem vários problemas, e o principal deles é o plano de Luthor: ele é
simplesmente burro. O cara descobre que, caso aqueles cristais kryptonianos
sejam jogados na água, eles crescem (mais ou menos como o que aconteceu no
primeiro filme para formar a Fortaleza da Solidão), então ele resolve jogar um
grande cristal, misturado com kryptonita (que ele encontra num museu) pouco
além da costa leste dos EUA, criando um novo continente (eis a semelhança com Superman: O Filme: Lex quer sua própria
terra). De acordo com sua lógica, esse continente apenas cresceria e,
lentamente, os outros continentes seriam submersos pelo mar e as pessoas
pagariam muito caro para poderem viver nessa nova terra. O único problema que
Luthor aparentemente não pensou é que seu continente é feito de cristal e pedra
e é, portanto, infértil. Ninguém vai viver por muito tempo lá.
Além
do “genial” plano do vilão, a adição de diálogos toscos e até meio clichês não
ajudam muito.
A
direção de Bryan Singer é bem sólida, embora a fotografia não seja muito
agradável e seja meio “desbotada”. A verdade é que eu não consigo descrevê-la
ao certo.
Os
efeitos especiais, por fim, não envelheceram nada bem e a ideia de fazer um
Superman todo de computação gráfica em muitas cenas não foi nem um pouco
inteligente.
As atuações são muito boas. Embora o Lex Luthor de Kevin Spacey seja, em alguns momentos, um pouco exagerado, nada é ruim. Lois Lane é muito bem interpretada por Kate Bosworth e a escolha de Brandon Routh para trajar a capa vermelha não foi uma má escolha, embora Christopher Reeve seja meio que insubstituível.
Ainda
assim, Superman: O Retorno não é
exatamente um filme ruim, mas também não é muito bom, tanto que sua bilheteria
refletiu isso: embora o filme tenha recebido criticas geralmente positivas na
época, sua bilheteria mundial de US$ 391 milhões não foi o suficiente para que
o longa fosse considerado lucrativo, tendo custado cerca de US$ 209 milhões
para ser produzido. No fim das contas, a Warner se mostrou decepcionada com o
retorno financeiro e decidiu recomeçar tudo de vez com um reboot. E esse reboot
viria em 2013.
AVALIAÇÃO: 2/5
"Medíocre" |
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