quarta-feira, 12 de agosto de 2015

True Detective — Talvez a melhor coisa que a HBO já ofereceu ao mundo. (Crítica Season 1)



Quando a HBO anunciou que iria fazer uma série de detetive cuja cada temporada teria um ciclo/ uma história fechada e única, eu confesso que fiquei bastante curioso. Foi aí que conheci True Detective, um seriado que essa atualmente se encontra após o fim de sua segunda temporada e com potencial para uma terceira, com outra história completamente diferente. Mas antes de fazer a crítica da segunda temporada, eu decidi falar um pouco sobre a primeira, aquela que começou tudo.

Tendo estreado em 2014, True Detective (Detetive verdadeiro, em tradução literal) é uma série de drama criminal que foi criada e escrita por Nic Pizzolatto, contando com um elenco de peso. Sim, estamos falando de Matthew McConaughey, Woody Harrelson, Michelle Monaghan, Michael Potts e Tory Kittles.

Ao longo de seus não-longos-o-suficiente oito episódios, nós seguimos a história de dois detetives do estado de Louisiana, Rustin 'Rust' Cole (Matthew McConaughey) e Martin 'Marty' Hart (Woody Harrelson), que investigam um bizarro assassinato de uma mulher que tem grandes chances de ter sido realizado por um culto satânico.




Entretanto, apesar do enredo principal abordar o caso de assassinato, boa parte do início da temporada foca muito mais nos dois personagens principais interpretados por McConaughey e Harrelson e suas vidas pessoais, vidas familiares e a conturbada relação entre eles.

Fugindo completamente do clichê hoje amplamente conhecido como "buddy cop" (algo como policiais camaradas), onde os dois se odeiam de início e depois se tornam os melhores amigos. Em True Detective, a coisa é muito diferente. Os personagens são parceiros no trabalho por obrigação, mas verdadeira e visivelmente odeiam um ao outro. Eles não se aturam de jeito nenhum, e é isso que faz cada uma das cenas de diálogos entre os dois fascinantes.

E é esse fator que nos traz a questão do roteiro. Roteirizado de maneira muito superior a vários filmes blockbusters e respeitados mundo afora, excelente, para falar a verdade. Cada cena em True Detective ao longo de toda a sua narrativa não-linear é fantástica, cada diálogo é como real e temos apenas Nic Pizzolatto agradecer. Um cara que já se provou como um dos melhores roteiristas da televisão dramática.

A direção da série é magnífica, mesmo com vários diretores no comando ao longo dos oito episódios. E um destaque para a direção de fotografia de Adam Arkapaw (um cara não muito conhecido, infelizmente) que fez um deslumbrante trabalho, e saber que toda a série foi filmada com filme (de verdade) de 35 mm é ainda mais bacana, principalmente porque só com o uso de filme que se consegue aquele visual mais sombrio que cai como uma luva no tema da temporada.




Durante os oito episódios, em vários momentos nós vemos os personagens de McConaughey e Harrelson dirigindo através do estado de Louisiana e, durante essas longas viagens, há bastante tempo para conversa entre os dois e, como dito antes, suas discussões são absolutamente fascinantes, afinal de contas, ambos os personagens são completamente opostos. Rust é um cara pessimista, que não se dá bem com as pessoas e tem uma visão bem definida da vida, mas é um gênio em seu trabalho de solucionar os casos, ao passo que Marty é muito mais "normal". Ele é um pai de família que quer apenas viver sua vida. A atuação de ambos os atores é fantástica é os dois fizeram, na opinião deste que vos escreve, o melhor trabalho de suas vidas. Ambas as atuações são dignas de Oscar.

Por fim, não posso deixar de falar daquele espetacular plano-sequência de mais de SEIS minutos que acontece em um dos episódios da segunda metade da temporada. Você estava aí achando que aquele plano sequência de Demolidor da Netflix era fenomenal? Pense de novo!

No fim das contas, True Detective é um trabalho incrível. Empolgante, cativante e arrebatador, esta primeira temporada é uma das melhores coisas que a TV dramática já produziu. Quando vistos todos seguidamente, os oito episódios passam muito rápido e mais parecem um único filme de oito horas.

A criação de Nic Pizzolatto já era um clássico moderno quando estreou e, por isso, põe o cara ao mesmo nível de grandes nomes como Vince Gilligan, Joel Surnow, Kurt Sutter e Beau Willimon. É uma das melhores séries que já assisti e, se você não viu, eu te imploro que veja. Você não vai se arrepender.


AVALIAÇÃO: 6/5 — ESTRELA DE PLATINA!
"Obra-prima"

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