domingo, 24 de maio de 2015

Supergirl — E então o piloto vazou... (Crítica/Primeiras Impressões S01E01)



No ano passado, foi anunciado que uma série de TV sobre a prima do Superman, conhecida como Supergirl, iria entrar em produção, com data de estreia prevista para novembro de 2015. Entretanto, o primeiro episódio aparentemente "vazou", algo bem frequente com as séries mais recentes de personagens da DC. Primeiro Constantine e The Flash, e agora Supergirl.

Antes de seguir em frente, é bom deixar claro que eu não vou julgar o episódio pelo que ele pretende ser, pela mitologia que ele supostamente está firmando ou pelo que "pode ou não aparecer" no decorrer da série. Vou julgá-lo pelo que ele é, ou seja: para este que vos escreve, AS HQS NÃO IMPORTAM! É de responsabilidade dos roteiristas adaptarem as HQs para a TV de modo que as coisas funcionem no novo formato e é uma série de TV que estou analisando. Então não existe aquela desculpa de que, quando alguma coisa na série não foi explicada ou não faz sentido ainda está "tudo bem, porque nas HQs explicam". Não.

Seguindo em frente...




Supergirl estrela nomes como Melissa Benoist, Mehcad Brooks e Calista Flockhart e será transmitida pelo canal CBS. A série conta a história de Kara Zor-El após escapar da destruição de seu planeta, Krypton, com o intuito de proteger seu primo Kal-El (o próprio Homem de Aço), ainda um bebê, quando chegassem à Terra. Durante a viagem intergalática, o curso de sua nave é mudado e Kara vai parar na Zona Fantasma, onde o tempo não passa. Lá, ela permanece por 24 anos, até sua nave finalmente acertar o curso e chegar na Terra. Como 24 anos se passaram, Kal-El já é um homem e já é conhecido na Terra como o Superman, e a missão de Kara não existe mais. Agora, ela tem que conviver com seus poderes enquanto os esconde do mundo, até que é chegada a hora de usá-los e ela ingressa numa jornada de heroísmo, fazendo aquilo que seu primo também faz: salvar pessoas, manter a ordem na cidade e fazer o bem.

O enredo é simples o bastante pra não deixar ninguém confuso, mas não parece ser o suficiente para se estender por uma temporada inteira, principalmente considerando que a primeira temporada terá, muito provavelmente, mais de 20 episódios.

Um dos pontos mais agradáveis é que, (vou me arriscar em comparar aqui) assim como em Demolidor, do Netflix, esse primeiro episódio não perde muito tempo pra estabelecer nenhuma história de origem muito longa pra personagem e nem se deleita do clichê que é a personagem ter que descobrir os seus poderes e conviver com eles. Na verdade, é tudo bem simples: ela tem poderes, é isso e ponto. Agora ele pode sair voando por aí e salvando pessoas. Dessa forma, o piloto não perde tempo com origens longas e, na verdade, também não perde tempo com nada, literalmente, mas depois entro em detalhes a respeito disso.




A atuação é basicamente terrível por parte de quase todo mundo. Jimmy Olsen e Winn Schott principalmente. Com a irmã de Kara, Alex, também não é diferente e expressar qualquer emoção é uma dificuldade. A única que consegue se salvar mesmo é a Supergirl de Melissa Benoist. Porque sua atuação é, inegavelmente, boazinha o suficiente pra se sobressair dentre todos os outros, mas até ela tem seus deslizes e, muitas vezes, rola até um "over-acting" da sua parte. O vilão deste episódio, Vartox, é interpretado com muito esforço por um furioso Owain Yeoman e poderia muito bem fazer parte do elenco de péssimos atores de A Lenda de Hércules, por que não? Afinal de contas, ele está em constante raiva, aparentemente. Pois então, no geral, a atuação não é ruim ao nível de, digamos, Star Wars: A Ameaça Fantasma, mas ainda é inevitavelmente ruim.

O roteiro também é meio decepcionante e os diálogos são, em muitos momentos, medonhos e tristes. O desenvolvimento dos personagens também é meio porco, de modo que, quando alguém está com a vida por um fio, a audiência provavelmente não vai se importar, porque o episódio não tomou tempo nem pra isso e o roteiro já decide por alguém em perigo. Aliás, a personagem de Calista Flockhart, Cat Grant, dona da CatCo e chefe de Kara, é nojenta. Fazê-la a personagem rica e esnobe pode até ter sido uma boa ideia, mas a execução foi lamentável.




Os efeitos especiais são bem assombrosos também. Talvez pelo fato de ser uma série de TV e o orçamento ser consideravelmente menor que o de um filme, este piloto parece mais um remanescente melhorado da áurea época da quadrilogia de filmes do Superman de Christopher Reeve. Até The Flash é superior nesse aspecto, e não é bem um mérito.

Aliás, as cenas de luta são terríveis. Não faria mal nenhum um pouco de coreografia mas, ao contrário, temos uma Supergirl socando torto e feio, dando aquela ótima sensação de quem não machuca ninguém.

Esse piloto de Supergirl passa a sensação de que temos pelos menos 10 episódios espremidos num só. Tudo é muito corrido e, se você ao menos assistiu aquele trailer de 6 minutos que foi lançado a pouco tempo atrás, você já sabe tudo o que vai acontecer aqui. Com um roteiro vacilante, que contém diálogos horríveis, péssimo desenvolvimento inicial de personagens antes de colocá-los em uma situação em que nós deveríamos nos sentir apreensivos por eles, erros de continuação e uma atuação geral bem ruim, temos aqui aquela típica série para garotinhas. Não adolescentes e sim crianças, veja bem. Ela tenta (talvez) mostrar o 'girl-power' mas a personagem principal fica caída de amores pro primeiro bonitão que aparece. Uau.

Supergirl tem espaço pra melhora, mas não parece que quer fazê-lo.

Bem... então... para o alto e avante...?


NOTA FINAL: 1.5/5

3 comentários: