Promessas de Guerra (The Water Diviner) é um filme australiano dramático que marca a estreia de Russell Crowe como diretor de um longa-metragem (ele já havia dirigido outros projetos, como documentários e curta-metragens), o longa foi escrito por Andrew Knight e Andrew Anastasios e traz um elenco composto por nomes como Russell Crowe, Olga Kurylenko e Jai Courtney.
Situado no auge da Primeira Guerra Mundial, o longa conta a história de um homem australiano que viaja até a Turquia, após a morte de sua esposa, para tentar encontrar seus três filhos que foram para a guerra e lutaram na Campanha de Galípoli.
Inspirado em uma história real, Promessas de Guerra tenta nos mostrar a futilidade da guerra e as perdas desnecessárias de tantas vidas. Nos carregando por toda a jornada de Joshua Connor (Russell Crowe), que sai da Austrália e vai para a Europa com o objetivo de chegar em Galípoli, na Turquia, e encontrar os seus três filhos que lutaram na guerra. A primeira parada de Connor é num hotel em Constantinopla, onde ele conhece a viúva Ayshe (Olga Kurylenko), cujo marido também lutava na guerra, e seu filho, o pequeno Orhan. Ali, Connor começa a formar uma conexão com eles.
Mas o roteiro de Knight e Anastasios atinge seu ápice quando Connor finalmente chega na Galípoli pós-guerra, onde ele se encontra com o suposto inimigo, líder do batalhão turco que lutou ali, Major Hassan (Yilmaz Erdogan), que agora ajuda o exército britânico, liderados pelo australiano Cyril Hughes (Jai Courtney), a encontrar os corpos deixados no campo de batalha para dá-los um enterro ao menos digno. A relação entre Connor e Hassan é um dos pontos mais altos do roteiro e é bem emocional. Ao longo dos 111 minutos de filme, Hassan ajuda Connor a encontrar seus filhos pois "ele é o único pai que veio procurar".
A atuação, em geral, é muito boa. Crowe, é claro, continua seguindo seu padrão de excelência. Ele retrata muito bem o pai angustiado e viúvo que é Joshua Connor. Há algumas ressalvas, como o sotaque britânico/australiano vacilante de Jai Courtney, por exemplo, ou os tropeços eventuais na atuação de Yilmaz Erdogan, mas nada muito grave que prejudique a experiência, no fim das contas, todas as atuações são, num todo, ótimas
O sr. Russell Crowe dirige, durante maior parte do tempo, com segurança, mas também arrisca algumas técnicas que não são as ideais e nem muito bacanas de se ver. Há também alguns problemas que, juntamente com o roteiro, acabam deixando o filme meio confuso: boa parte da história parece meio acelerada e há ainda algumas cenas que não se encaixam no momento em que elas supostamente deveriam se encaixar, e o uso dos cortes secos nesses momentos pouco ajuda. No fim das contas, há cenas que não deveriam estar onde estão, ou nem deveriam existir, em alguns casos.
É claro que não há só problemas e o modo como ele captura as cenas de maior drama é ótimo, e há também os momentos onde o diretor resolve abrir o enquadramento num plano geral, principalmente nas cenas que retratam a guerra, e esses momentos são bem bacanas.
Como disse ali em cima, o roteiro é vacilante e muitas partes da história parecem meio corridas e apressadas mas, em contraparte, há diversos momentos extremamente cativantes, principalmente se tratando de alguns diálogos, sejam eles entre Connor e Ayshe ou, principalmente, entre Connor e Hassan. Os momentos mais dramáticos são os mais incríveis. Há uma cena em particular que mostra os três irmãos Connor na guerra, e essa cena é de tirar o fôlego.
Não há muitos efeitos especiais, mas alguns dos que existem (como algumas explosões e, principalmente, os "incêndios") deixam bastante a desejar e aparentam amadorismo, já outros são satisfatórios o suficiente. Por outro lado, o sangue deixa a desejar em alguns momentos, como quando um personagem é baleado ou esfaqueado, mas Promessas de Guerra também é um filme bem gráfico e conta com algumas cenas um tanto quanto brutais, como desmembramentos por explosões ou rostos desfigurados por balas. Em resumo, o sangue computadorizado é bem tosco, mas a maquiagem final é um tanto bacana.
Promessas de Guerra é um drama sólido que captura bem os horrores da guerra mas cujo ponto forte reside no drama do pai em busca de seus filhos. Russell Crowe dá um show à parte com sua atuação e a relação de seu personagem com o major turco de Erdogan é muito boa. Há alguns deslizes, é verdade, principalmente nas decisões de Crowe na direção e no roteiro apressado, mas, no fim das contas, é tudo muito bem contado e interessante, com cenas impactantes e emocionantes.
AVALIAÇÃO: 3/5
"Bom" |
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