E dando continuidade a série de posts em preparação
para Batman v Superman: A Origem da
Justiça que chega aos cinemas no próximo dia 24/03, já sofremos um pouco
com Batman: Eternamente e Superman III e, para quem achava que não
podia ficar pior, saiba que fica. Muito pior. E dos tanto do lado do
Homem-Morcego quando do lado do Homem de Aço, ainda por cima! Enfim...
Aviso: Caso você ainda não tenha
assistido o filme (o que certamente é uma bênção que você não tem nem ideia),
saiba que a crítica a seguir está repleta de spoilers! Você foi avisado...
Lançado
dois anos após aquele desastre que se identifica pelo nome de Batman: Eternamente, quando pensamos que
não havia mais como piorar, eis que em 1997 somos “agraciados” com Batman & Robin, novamente dirigido
por Joel Schumacher e escrito por Akiva Goldsman. O elenco dessa vez é
repleto de nomes novos: com exceção de Michael
Gough, Pat Hingle e Chris O’Donnell, tudo mudou. Encabeçado
por George Clooney, o novo elenco é
composto por Arnold Schwarzenegger, Uma Thurman e Alicia Silverstone.
Sinceramente,
eu não sei o que aconteceu com Joel Schumacher quando ele decidiu aceitar o
cargo de diretor dessa série. Ele não é um diretor ruim (ou, ao menos, não
completamente ruim) e já pôs no mundo ao menos duas obras ótimas. Os Garotos Perdidos (The Lost Boys, em 1987) e Tempo de Matar (A Time To Kill, em 1996), este último sendo lançado ENTRE Batman: Eternamente e Batman & Robin.
E
esses dois são filmes que eu assisti e posso opinar sobre, mas há outros filmes
como O Cliente (The Client, 1994) — que foi aclamado pela crítica internacional —, Um Dia de Fúria (Falling Down, 1993) — que foi bem recebido pela crítica
internacional e causou grande impacto cultural, inspirando músicas e outros
meios de entretenimento — e Linha Mortal
(Flatliners, 1990) — que também foi
bem recebido pela crítica internacional, além de receber uma indicação ao Oscar
de Melhores Efeitos Sonoros. “O que aconteceu com Joel Schumacher” é um grande
mistério. Um dos maiores mistérios da humanidade.
Antes
de mais nada, deixe-me dizer uma coisa muito triste: esse foi o último filme
que Bob Kane, o criador de Batman, assistiu sobre seu personagem. Triste?
Triste pra caralho. De qualquer modo, vamos falar dessa joça que chamam de
filme...
Com
124 minutos de duração, a cena inicial de Batman
& Robin basicamente dita qual será o tom nas próximas duas horas: o
filme começa com um “agradável” close-up na bunda e no saco do Batman de George
Clooney, assim como no Robin de Chris O’Donnell. Eis o tom do filme pelas
próximas duas horas: bunda.
Aliás,
você consegue pensar no momento em que filmaram isso? Schumacher por trás das
câmeras dizendo: “Cameraman, inclina a
câmera num ângulo holandês. George, vira de costas pra câmera e dá um pulinho.
Cameraman, dá um zoom nessa bunda.”
O
que temos em seguida? A revelação do novo Batmóvel. E com o que ele se parece?
Com um brinquedo sexual futurista com neon.
E,
antes de seguir, não dá para não mencionar: BAT-MAMILOS! Eles já tinham “dado
as caras” em Batman: Eternamente de
uma forma meio sutil, mas agora Schumacher — que queria que os uniformes fossem
anatomicamente corretos em vários sentidos, e diz ter se inspirado em famosas
esculturas — deve ter achado que eles foram o motivo do sucesso de bilheteria
do filme anterior e decidiu ir TOTALMENTE MAMILOS! POE MAMILOS NESSES
UNIFORMES! TODO MUNDO VAI AMAR!
A
Batgirl não tem mamilos no uniforme... enfim...
E,
para completar a cena inicial, eis a primeira troca de diálogos do longa.
Robin, ao ver o Batmóvel, diz: “Eu quero
um carro. As garotas gostam de carros!” ao passo que Batman responde: “Cala
essa sua boca, Robin É por isso que o
Superman trabalha sozinho.”, por fim, Alfred
(Michael Gough) aparece e diz “Eu vou
cancelar a pizza!”. Ah, as atuações de todo mundo (em especial a de Chris O’Donnell)
são horríveis.
Taí.
Esse é o filme que você vai assistir por duas horas, quatro minutos e cinquenta
segundos (sim).
Logo
após, somo apresentados ao primeiro vilão (de três!) do filme, e ele é o Mr. Freeze de Arnold Schwarzenegger. Eu
não tô brincando. Pegaram o Exterminador do Futuro, o Dutch, e colocaram ele
numa roupa e maquiagem escrotas.
Eu
amo o Schwarzenegger, afinal de contas, ele foi o protagonista de vários dos
filmes mais divertidos que eu já assisti (como Exterminador do Futuro e a sequência O Julgamento Final, Predador,
Conan: O Bárbaro e Conan: O Destruidor, Um Tira no Jardim de Infância, O Vingador do Futuro, True Lies, Comando para Matar, O Último
Grande Herói... sério, a lista segue para sempre. Resumo: Arnie é foda),
mas toda vez que eu lembro dele como Mr. Freeze, eu quero explodir ele, o
filme, a televisão e a mim mesmo.
Ah,
e em menos de 2 minutos em tela, o personagem solta nada menos que TRÊS
trocadilhos que envolvem gelo. E vão existir mais. Aproximadamente 74 milhões
deles.
E é
mais ou menos por aqui que eu quero desligar a TV e ir chorar num canto escuro.
Nem 10 minutos de filme e eu não aguento mais. Mas, assim como em Batman: Eternamente, eu continuei. E
doeu na minha alma.
Aliás,
todo Batman que eu já vi tem sempre um jeito CABULOSÃO de falar quem ele é. De
Michael Keaton à Kevin Conroy, de Val Kilmer à Christian Bale. Sabe como o
George Clooney faz? “Oi, Freeze. Eu sou o
Batman!”. Não acredita? Assiste aí embaixo um vídeo de um minuto que eu compilei:
Além
disso, lembra de quando eu falei lá na crítica do primeiro Batman, de 1989, que todo ator que interpreta o Batman tem que
interpretar, na verdade, três personagens, sendo eles: 1- Bruce Wayne como
figura pública, ou seja, o playboy, bilionário, excêntrico e babaca como visto
em público; 2- Bruce Wayne como ele realmente é. O personagem que vemos
interagindo com Alfred e as pessoas que ele mais se importa; e 3- O Batman.
Lembra disso?
Pois
então, George Clooney é o único que não faz isso decentemente. Quero dizer: até
o Val Kilmer conseguiu, mas o máximo que o Clooney consegue é interpretar ele
mesmo com aquela cabeça de bobblehead que insiste em ficar balançando o tempo
inteiro. E eu gosto do cara, ele é um ótimo ator, mas como Batman eu me sinto
da mesma forma que eu me sinto a respeito de Schwarzenegger como Freeze.
Pouco
depois da cena de ação inicial, onde Mr. Freeze foge num foguete (e liga o
foguete tendo orgasmo quando encosta nos botões, e depois pula desse foguete e
revela que tem asas mecânicas, e enfim Batman e Robin pulam do foguete surfando
no ar em pedaços da porta), nós somos apresentados aos outros dois vilões: Hera-Venenosa (Uma Thurman) e Bane. Ok, vamos por partes:
A
atuação de Uma Thurman como Hera-Venenosa é tão exagerada, mas tão over-the-top
que faria Gary Oldman em Leon: O
Profissional passar vergonha alheia. E em momentos ela parece que tá num
pornô obscuro sobre plantas. Sério. Ela é uma atriz pornô nesse filme. Ela diz coisas como "Meu jardim precisa de atenção" e "Algum sortudo está prestes a tirar a sorte grande". Atriz pornô.
E
aí temos o Bane. Olha só, eu vou me limitar a dizer o seguinte: aquilo não é o
Bane, aquilo é um boneco de ar (sim, daqueles que você vê em postos de
gasolina) viciado em esteroides. E, ainda por cima, ele é um capanga. BANE, O
CARA QUE QUEBROU O BATMAN, É UM CAPANGA. Ah, fazer o quê...
E a
origem dos dois é bem envolvente! Bane é criado em laboratório por um cientista
doido que gosta de criar bonecos de ar marombeiros. E a Hera-Venenosa é uma
mulher que gosta muito de plantas, é empurrada pra trás de uma mesa pelo
cientista doido, toma uns produtos químicos na cara e... se torna a
Hera-Venenosa. Quero dizer: não tem como ser melhor que isso, né? NÉ?
Em
determinado momento, a sobrinha de Alfred, interpretada por Alicia Silverstone (uma
atriz que talvez um dia foi relevante), aparece e ela deve dinheiro pro tio
dela então ela corre em corridas de moto ilegais em Gotham e... eu não me
importo... o que realmente “importa” é que ela eventualmente se torna a Batgirl
(cujo uniforme o Alfred já tinha criado, por algum motivo), com direito à uma
máscara tão ridícula que ela some na cena seguinte.
Não
tem mais nada a falar aqui. Batman &
Robin não é só um dos piores filmes de super-heróis já feitos como é um dos
piores filmes de todos os tempos. Tudo nesse filme é errado. Personagem que é
atriz pornô, Mr. Freeze conduzindo um coro de capangas e fazendo trocadilhos
sobre gelo a cada 2 segundos, Bat-cartão de crédito, Bat-mamilos, Gotham City
que mais parece um pesadelo carnavalesco de neon, atuações terríveis, direção
horrível, roteiro nojento...
Nada,
absolutamente NADA dá certo nesse filme. Não há nem um segundo interessante.
Nem uma fração de segundo se salva. O filme é tão ruim que todos os envolvidos
em sua produção, inclusive o diretor, se desculparam publicamente múltiplas
vezes. últiplas vezes.
É
verdade que esse longa tem alguns fãs. Pessoas que o veem como uma continuação
da série dos anos ’60 estrelada por Adam West, mas a verdade é que,
infelizmente, esse filme é uma sequência direta de Batman: Eternamente que, por sua vez, é uma sequência direta de Batman: O Retorno.
Batman & Robin nada mais é do que um
comercial de brinquedos com duas horas de duração. Cada cena foi projetada para
vender um brinquedo. Os personagens mudam de roupa o tempo inteiro para poderem
vender mais brinquedos.
Não
tem nada que preste aqui e o público não foi tão otário quando a Warner pensou
e o sucesso do filme anterior não se repetiu. O filme foi um fracasso de
bilheteria, tendo custado US$ 125 milhões e feito apenas US$ 238.7 milhões em
bilheteria, quando deveria ter feito ao menos US$ 250 milhões para ter sido
considerado rentável. Esse filme foi o responsável por enterrar qualquer
possibilidade de mais um filme do personagem por OITO anos. E caso você ainda
não tenha adivinhado, é claro que Batman
& Robin merece a seguinte nota (que é dada pela primeira, mas
certamente não última vez no blog):
AVALIAÇÃO:
0/5
"Catastrófico" |
E fiquem
ligados aqui no Titans Desatualizados pois o sofrimento está quase acabando! Depois de amanhã é só
glória (e uma recaída, mas principalmente glória!).
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