Com a chegada de Jurassic World marcada para o dia
11 desse mês, junho, eu decidi fazer aqui um pequeno especial e reviver os
outros três filmes da franquia antes do novo chegar aos cinemas. Ao longo dessa
semana, eu vou postar críticas das minhas “revisitas” de Jurassic Park: O
Parque dos Dinossauros, O Mundo Perdido: Jurassic Park e Jurassic Park 3.
Começando pelo primeiro, vamos conversar sobre Jurassic Park: O Parque dos
Dinossauros.
Lançado há cerca de 22 anos, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (Jurassic Park) foi
dirigido pelo mestre Steven Spielberg
e escrito por Michael Crichton e David Koepp e é baseado no romance homônimo
escrito pelo próprio Michael Crichton, estrelando Sam Neil, Laura Dern, Jeff Goldblum e Samuel L. Jackson em um de seus primeiros papéis antes de Pulp
Fiction.
A história nós todos já conhecemos. O bilionário
filantropo John Hammond (Richard Attenborough), junto de uma
pequena equipe de geneticistas, quer criar na ilha Isla Nublar um parque
temático cujas principais atrações são dinossauros de várias espécies
diferentes, revividos através de engenharia genética. Depois que um dos
operários do parque é atacado e morto por um velociraptor, os investidores de
Hammond exigem que alguns especialistas visitem o parque e verifiquem se ele é
seguro. Esses investidores são representados pelo advogado Donald Gennaro (Martin
Ferrero), que convida o matemático Ian
Malcolm (Jeff Goldblum) como um
dos especialistas, enquanto Hammond convida o paleontólogo Alan Grant (Sam Neil) e a paleobotânica Ellie Sattler (Laura Dern). Tudo no lugar parece ocorrer
maravilhosamente bem, até que eles descobrem, do pior modo possível, que o
homem não deve mexer com a natureza.
Jurassic Park quebrou paradigmas de efeitos
especiais na época que foi lançado, sendo considerado um marco no gênero, e
conseguiu trazer um tema até então de filmes B para um dos maiores blockbusters
de sua época, afinal de contas, ele foi, durante um tempo, o filme mais bem
sucedido da história, até ser ultrapassado por Titanic, em 1997. Jurassic Park
é, hoje, a décima sétima maior bilheteria de todos os tempos.
A atuação nesse filme é simplesmente fantástica, e
muito disso é graças aos personagens minuciosamente descritos no roteiro, e
isso também se aplica às crianças. Quase sempre (eu diria que em 98% dos
casos), crianças em filmes são sinônimos de desastre, afinal de contas,
crianças não sabem atuar. Mas aqui, os netos de John Hammond, Lex e Tim Murphy, interpretados por Ariana
Richards e Joseph Mazzello,
respectivamente, são bastante cativantes e você realmente se importa com eles.
A atuação de ambas as crianças é, também, quase impecável, com destaque para
Richards. Isso é mais um dos trunfos de Spielberg, que realmente faz milagres
quando trabalha com crianças.
Sam Neil, Laura Dern e Jeff Goldblum, entretanto,
dão um show a parte. A química entre eles, principalmente entre os dois
primeiros, é muito convincente e você realmente acredita no relacionamento
deles. Jeff Goldblum também está ótimo, embora ele vá “brilhar” mesmo no
próximo filme.
Outro destaque vai para o John Hammond de Richard
Attenborough. Você percebe, no olhar do ator, o quanto seu personagem está
empolgado com sua ideia do parque no início do filme, mas também vemos a
decepção e a frustração em seu olhar, quando as coisas começam a dar errado.
Palmas para esse elenco.
O roteiro merece ser louvado também. Embora não seja
extremamente fiel ao livro de Michael Crichton, o resultado final nas telas
agrada bastante. O personagem de Sam Neil, Alan Grant, é facilmente “gostável”,
sabe? Ele tem essa coisa de não se dar bem com crianças, protagonizando uma das
melhores cenas do filme, logo no início, onde ele provoca um garoto que
desdenha de sua explicação a respeito de um velociraptor. “Isso não parece
muito assustador! Não passa de um peru gigante! (sem trocadilhos)”. Essa cena é
impagável. Há também um desenvolvimento dessa sua relação com crianças,
especialmente depois de ficar sozinho junto dos netos de Hammond.
A personagem de Laura Dern, Ellie Sattler, também é
ótima. Ela não é apenas uma donzela em perigo, e sim uma personagem feminina
bem forte que sabe se virar sozinha.
Uma das coisas mais impressionantes desse longa é a
interminável sensação de espanto e admiração que permeia por todos os
personagens. O poder da soma entre a direção de Steven Spielberg, o roteiro, a
atuação e, principalmente, a trilha sonora de John Williams é assombroso. Tome
como exemplo a primeira cena de contato entre os personagens e a manada de
braquiossauros. A expressão de espanto estampada na cara de Sam Neil e Ellie
Sattler enquanto o primeiro percebe que a teoria de que os braquiossauros
realmente se moviam em manadas ao passo que a fantástica trilha-tema de John
Williams toca no fundo é simplesmente de tirar o fôlego. Filmes não são mais
feitos assim. Hoje em dia, é raro ver algum longa que toma seu tempo para
mostrar uma cena de cair o queixo, que não seja destruidora ou regada de ação,
e que ainda consegue espantar a audiência e causar arrepios. Eu bato palmas para
Steven Spielberg nesse filme, porque Jurassic Park toma seu tempo para contar
sua história, e não simplesmente começa jogando dinossauros na cara do
espectador vindo de todas as direções possíveis. Pouco longas hoje em dia
replicam isso com sucesso. Pode-se dizer, por exemplo, que o último filme que
eu vi recentemente e que tem grandessíssimas semelhanças com Jurassic Park é o
mais recente Godzilla, de 2014.
Outra coisa que a fantástica direção de Spielberg
faz é que o cara sabe muito bem criar tensão. Toda aquela cena da primeira
aparição do T-Rex é incrível!
De um aspecto visual, esse filme foi inovador e até
hoje se mantém quase impecável, salvo alguns problemas que foram acumulados com
a idade. A ótima ideia da equipe de usar muitos animatrônicos (aqueles robôs
que são controlados por alguém fora de quadro) para as muitas cenas realmente
ajudou. E é de se impressionar que, até a computação gráfica, que tem suas
falhas quando vista hoje em dia, consegue se mostrar superior a de Jurassic
Park 3, que foi lançado quase 10 anos depois!
Jurassic Park é um filme fantástico e figura na
lista dos meus filmes favoritos de todos os tempos. A direção única de
Spielberg, um dos melhores diretores de todos os tempos, é perfeita, a atuação
é quase impecável, a trilha sonora de John Williams é de arrepiar e o roteiro é
louvável. Esse foi aquele filme que fez as crianças gostarem de dinossauros
(inclusive eu) e, ao mesmo tempo, ficarem aterrorizadas por eles (inclusive eu,
também).
AVALIAÇÃO: 5/5
Não se esqueçam de passarem por aqui daqui alguns
dias para conferirem a crítica do próximo filme da franquia, O Mundo Perdido:
Jurassic Park.
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