domingo, 1 de março de 2015

House of Cards — Gloriosa, brutal e instigante. (Crítica Season 3)



Quando a Netflix anunciou a sua mais nova série de drama, House of Cards, lá em 2013, era certo que ela teria um dificílimo trabalho. Tendo estreado para competir quase que diretamente com a toda-poderosa "Breaking Bad" — que apenas subia em audiência e qualidade —, a saga de Frank Underwood teria um grande inimigo pela frente, mas, curiosamente, ela resistiu.

Acontece que hoje, em 2015, Breaking Bad acabou. Qual outra série teria a audácia e a qualidade tão altas para substituírem o espaço vazio que Walter White nos deixou?

A primeira pergunta que você pode estar se fazendo é o porquê de eu ter citado tanto "Breaking Bad". E a resposta não podia ser mais simples: Por três longos anos, "Breaking Bad" foi a série do momento pra mim. "Nunca na história da TV" — dizia eu. — "'Breaking Bad' poderia ser superada. Era uma obra-prima insubstituível". Mas graças a qualquer poder maior que esteja ai fora, eu estava errado.

Pra quem ainda não conhece, a "House of Cards" da Netflix tem como protagonista Frank Underwood, um impiedoso e ambicioso político que almeja um alto cargo público em Washington, D.C.. (sim, veio da Wikipedia)

Fato é: dois anos, duas temporadas e 26 episódios se passaram e o assunto de hoje é a gloriosa volta. Será que a terceira temporada de "House of Cards" faz jus às suas antecessoras?


ATENÇÃO: O TEXTO A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DAS DUAS PRIMEIRAS TEMPORADAS DE "HOUSE OF CARDS". SE VOCÊ AINDA NÃO ASSISTIU, LEIA POR SUA CONTA E RISCO. NO MAIS, FIQUE TRANQUILO POIS NÃO CONTÉM SPOILERS DA TERCEIRA TEMPORADA.





Pois então, Frank Underwood atingiu o maior cargo político do país, ele conseguiu a façanha de se tornar o Presidente dos Estados Unidos da América.

A terceira temporada nos apresenta à três histórias principais: a guerra de Frank contra a liderança do Senado e do Congresso enquanto ele tenta emplacar o seu controverso programa de empregos para o país e tenta lidar com a tensão crescente no Oriente Médio. A ambição de Claire quando ela decide que quer se tornar embaixadora dos Estados Unidos na ONU. E, por fim, a recuperação de Doug Stamp, depois de quase ter morrido no fim da temporada passada.

Ao longo dos treze episódios desse temporada, nós acompanhamos diversos momentos de tensão. Esteja ele presente no crescimento da ambição de Frank quando ele percebe que não quer abandonar o cargo de Presidente ou, na sua luta contra o Senado e o Congresso ou, principalmente, naquilo que já vinha sendo indicado desde o primeiro trailer da temporada: o casamento dos Underwood, que já não está tão forte como antes.




Não há mais muito o que falar dessa série. Ela continua se mantendo forte ao longo dos seus três anos. A atuação é fantástica, com destaque para Kevin Spacey (Frank Underwood) e Robin Wright (Claire Underwood), além de Michael Kelly (Doug Stamper). Eles estão voando na série. O trabalho dos três na atuação é excepcionalmente brilhante. Sem mais.

O enredo pode não ser tão empolgante quanto os anteriores, pelo menos no começo, mas tudo se ajeita na reta final e culmina num final épico. E acredite em mim quando eu digo 'épico', porque esse final não é nada menos do que impressionante e que, ainda por cima, deixa a brecha clara pra quarte temporada num cliffhanger animal.

Outra coisa que merece destaque é a direção. Sem dúvidas, a direção de todos os 13 episódios são ótimas, inclusive no 'Capítulo 35' (Episódio 9) e no 'Capítulo 38' (Episódio 12), que foram dirigidos pela própria Robin Wright (sim!) e ela não faz feio. Nem um pouco.

Mas o destaque fica mesmo para a direção da polonesa Agnieszka Holland, pelo 'Capítulo 36' (Episódio 10) e pelo 'Capítulo 37' (Episódio 11) que são dirigidos com maestria. Sério mesmo, a srta. Holland faz um trabalho excepcional como diretora.

No fim das contas, a terceira temporada de "House of Cards" pode não ser a melhor. Com um início lento e um fim conturbado (no melhor sentido da palavra), ela não deixa a desejar e é obrigatória pra quem está assistindo a série. Pode ir na fé que você não vai se arrepender.


NOTA FINAL: 4.5/5


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