domingo, 22 de março de 2015

Assassin's Creed: Rogue — O fechamento de uma geração depois de 7 anos. (Análise)



É verdade que Assassin's Creed: Rogue foi um pouco ofuscado em seu lançamento devido à chegada do "tão revolucionário" e next-gen Assassin's Creed: Unity. Tendo sido lançado no fim do ano passado para Xbox 360 e PS3 e recentemente para os PCs, Assassin's Creed: Rogue é o último jogo da franquia para a sétima geração antes da mesma migrar completamente para a geração seguinte.

Em "Rogue" — jogo que se passa, cronologicamente, entre Assassin's Creed IV: Black Flag e Assassin's Creed III — a história da vez gira em torno de Shay Patrick Cormac, um assassino que se vê questionando as diversas ações de sua Irmandade e acaba, por fim, aderindo à causa daqueles que carregam a cruz vermelha no peito: os Templários.

O enredo é um dos pontos mais fortes do game, recheado de reviravoltas e decisões morais um tanto difíceis para Shay que, por sinal, é um personagem extremamente bem-construído. Cormac pode não ser o primeiro personagem a não se importar muito com as regras impostas por sua respectiva Irmandade, mas é o primeiro a ter uma visão/noção própria do que quer, sem ser influenciado diretamente pelos ideais daqueles a quem serve. Por essa razão, Shay Cormac é, definitivamente, a âncora do game.

A ideia de "Rogue" nos mostrar com mais detalhes como funciona a irmandade dos Templários e muito bem-vinda, de modo que podemos ver dois lados inéditos da moeda até então. Somos apresentado tanto ao "lado negro" dos Assassinos quanto ao lado "mais justo" dos Templários. AC: Rogue não é o primeiro game a nos mostrar como a organização templária funciona (coisa que AC III, por exemplo, mostrou por um breve momento), mas é o primeiro a nos mostrar tudo isso muito mais a fundo.




Além disso, AC: Rogue também se mostra como um tributo aos jogadores dos dois games anteriores, trazendo de volta alguns personagens já conhecidos pelos fãs de longa data, como Adéwalé, Achilles ou um certo Kenway.

Se tratando de jogabilidade, "Rogue" se mantém fiel aos jogos anteriores e não apresenta as mudanças que figuram em "Unity", por exemplo. Aqui, a jogabilidade ainda é a antiga.

Pode se dizer que Assassin's Creed: Rogue se parece, e muito, com Assassin's Creed IV: Black Flag. Aqui, você também é capitão de seu próprio navio (nesse caso chamado de Morrigan) e navega pelo mar aberto em um mapa grande o suficiente para dispor de várias ilhas para a exploração do jogador. O mapa do game se divide entre River Valley, Nova Iorque e as ilhas do Oceano Atlântico.

A ambientação se mantém fantástica como sempre e lembra, em sua maioria, AC IV, com a pequena diferença de que, enquanto em "Black Flag" somos apresentados às ilhas paradisíacas e quentes do Caribe, em "Rogue" nós estamos em meio à nevascas em alto-mar e os icebergs do gelado Atlântico Norte, com algumas partes em que visitamos o continente Europeu.




O que mais incomoda no game é o fato dele parecer ser uma mistura entre AC III e AC IV. Temos a mesma cidade do terceiro game e o mesmo gameplay marítimo do quarto, mas tudo de uma maneira mais simplificada. Como exemplos, veja bem:

A caça está de volta, embora a fauna disponível agora é menor. Ainda podemos, por exemplo, arpoar animais marinhos mas, novamente, são menos espécies do que em AC IV. Nova Iorque está de volta, embora menor e com menos vida do que a cidade que vimos em AC III. As batalhas navais estão de volta, claramente, mas não existem mais as grandes tempestades em alto-mar que existiam em Black Flag.

A maior inovação da jogabilidade é que, durante as batalhas navais, os inimigos também podem te enfraquecer e abordar o seu navio. Isso, por um lado, deixa o gameplay mais realista mas, por outro lado, muito mais fácil. Afinal de contas, é muito mais fácil matar os inimigos no combate corpo-a-corpo do que com os canhões.




Graficamente, a franquia vem despencando desde o game de número três. Embora visualmente o jogo se mantenha bonito o suficiente, o polimento ainda é porco. Pessoas e objetos atravessam paredes e elementos do cenário, por exemplo e há alguns serrilhados nos consoles. Existem ainda alguns bugs onde pessoas andam no ar, deslizam pelo chão ou se teletransportam. Com o jogador também acontecem bugs, principalmente na hora de escalar paredes, por exemplo, onde é bem frequente você escalar o ar ao invés de algo sólido.

Sonoramente, o jogo não deixa a desejar. A sua trilha sonora é muito boa, seja a parte instrumental durante as batalhas ou os cânticos da tripulação durante suas navegações.

Assassin's Creed: Rogue é um bom game que nos apresenta à uma história bem-construída e um protagonista principal carismático, mas não foge da sensação de que ele mais se parece uma expansão de Black Flag do que um jogo novo.

Além disso, o game acaba se tornando obrigatório para quem acompanha a história da saga, já que ele serve como uma "ponte" entre Assassin's Creed III, Assassin's Creed IV: Black Flag e Assassin's Creed: Unity, trazendo velhos personagens, dando conclusão à algumas histórias pendentes e explicando fatos antes inexplicados.

Com seus erros e acertos, Assassin's Creed: Rogue é um game sólido e um bom fechamento para a saga de seis jogos na sétima geração.


AVALIAÇÃO: 3/5
"Bom"

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