sábado, 14 de fevereiro de 2015

Two and a half men - A série chega ao fim após 12 anos (Crítica)



Two and a half men é uma série de TV americana, no estilo Sitcom, criada em 2003 por Chuck Lorre e Lee Aronshon, sendo transmitida em setembro na CBS.

Lorre começou o seu trabalho na TV em Grace Under Fire (1993). Sendo o maior sucesso naquele ano, Chuck conheceu, através da série, Lee Aronshon e, juntos, em 1995, começaram a fazer Cybill, que estava encaminhando tudo bem, até Lee se desentender com a produtora. A produtora pede para Chuck demitir Lee, mas ele não o faz, resultando na saída dos dois.

Eles começam a trabalhar juntos em um novo projeto que só funcionaria se um ator em especial concordasse, que no caso é Charlie Sheen, até Chuck fala que a série foi inspirada na vida de Sheen, então o ator e a CBS vêem a proposta e aceitam na hora, assim criando a série Two and a half men.


Os 8 anos de glória da série


Na trama da série, Charlie Harper (Charlie Sheen) é um solteirão compositor de jingles que vive numa casa na praia, tem bastante dinheiro e tem grande facilidade de conquistar as mulheres, mas esse estilo de vida casual é interrompido quando seu irmão mais novo Alan (Jon Cryer), que está no meio de um divórcio, e seu sobrinho de 10 anos Jake (Angus T.Jones), chegam para morar com ele.

A e a 2ª temporada são os melhores momentos da série, têm os maiores índices de audiência, com uma regularidade de episódios bons, usando bem outros personagens como Evelyn Harper (Holland Taylor) e Rose (Melanie Lynskey). Alguns episódios bons que recomendo dessas temporadas são: "An Old Flame with a New Wick" (01x18)", " Can You Feel My Finger" (01x24),  "The Salmon Under My Sweater" (02x10) e " Squab, Squab, Squab, Squab, Squab" (02x23).

Na 3ª temporada, a série dá uma caída em relação as duas primeiras, mas tem vários episódios interessantes como: "Madame and Her Special Friend" (03x09) e "That Special Tug" (03x12). Sua season finale é muito boa, se expandindo até os primeiros episódios da 4ª temporada.

Já na 4ª temporada, a série volta a ser satisfatória, com crescimento agora do personagem Jake que está entrando na puberdade, deixando de ser uma criança inocente para lentamente se tornar um adolescente tarado e burro, e Berta (Conchata Ferrel) a cada temporada se torna um personagem com maior participação na série, seus melhores episódios são: "Don't Worry, Speed Racer" (04x13) "Tucked, Taped and Gorgeous" (04x21).

Mas infelizmente, a 5ª temporada comete o mesmo erro da 3ª temporada mas, como ela, também faz melhora perto da season finale em um crossover com CSI, no qual os criadores de ambas as séries trocam de lugar, os criadores de CSI fazem um episódio de Two and a half men e vice-versa.

Seus melhores episódios são : "Is There a Mrs. Waffles?" (05x08) e "Fish in the Drawer" (05x17).

Então a série apresenta, depois de uma temporada fraca, 3 temporadas excelentes, no caso a , e a temporadas, mostrando mais a relação de Charlie e Alan com suas namoradas, mostrando novos personagens que aparecem quase todo episódio como Chelsea (Jennifer Bini Taylor), Melissa (Kelly Stables), Lindsey (Courtney Thorne-Smith), Eldridge (Graham Patrick Martin) e Herb (Ryan Stiles), tendo maior importância e participação na série. Seus melhores episódios são: "The Flavin and the Mavin" (06x04), "Thank God for Scoliosis" (06x12), "Whipped Unto The Third Generation" (07x02), "Give Me your Thumb"(07x06), "Twanging Your Magic Clanger" (08x06), e "Three Hookers and a Philly Cheesesteak" (08x15).


A série sofre quedas no seu elenco


No dia 15 de  janeiro de 2011, em plena 8ª temporada, a produção suspende as gravações para que Charlie Sheen tratasse de sua dependência química. Um mês depois, a Warner e o empresário de Sheen afirmam que ele irá retornar para terminar as filmagens, mas no dia seguinte, Charlie Sheen começa fazer declarações ofensivas para produção do programa, mas ele ainda fica no seriado por mais um mês. Então em 7 de março de 2011, Sheen volta a ofender a produção do programa, gerando na demissão dele, e em 13 de maio a Warner Bros. anuncia a contratação de Ashton Kutcher para a série.

Como muitos ainda não esqueceram o fantasma de Charlie Sheen, e a série indo de mal a pior devido a re-escalação, em novembro de 2012, Angus T. Jones, ao se tornar Adventista do Sétimo Dia, publica um vídeo dizendo:

"Por favor, pare de assistir e encher a sua cabeça com sujeira. Eu estou em Two and a Half Men mas eu não quero estar. Por favor, pare de assistir"

Ele se desculpou dias depois, dizendo que tinha respeito por todos, incluindo atores, produtores e diretores, então Angus T. Jones vai cada vez mais perdendo espaço na série, até ser substituído nas duas temporadas seguintes.


Os últimos 4 anos da série


Então começa a 9ª temporada, com a demissão de Charlie Sheen, a série perde seu personagem principal, e tem uma re-escalação de elenco: Walden Schmidt (Ashton Kutcher) é um milionário do mundo da informática que compra a casa em Malibu de Charlie, Alan se torna o melhor amigo de Walden que estava num momento difícil recém divorciado e consegue convencê-lo a continuar vivendo na casa e ainda recebendo visitas do Jake e do próprio Alan.

Os primeiros episódios com o Walden são péssimos, podendo perceber que a série ainda está perdida com tamanha mudança, colocando até o Alan como papel-chave para conseguir cobrir o que aconteceu. Fizeram um personagem fraco para o tamanho da série, mesmo que sendo um ator de peso como Kutcher, ele não conseguiu melhorar seu personagem por ser um papel muito limitado, mas ainda a série consegue equilibrar as coisas a cada episódio até sua reta final, conseguindo uma temporada mediana, seus melhores episódios são: "Frodo's headshots" (09x09) e "Palmdale, Ech" (09x19).

Com esperança que a série melhore, temos outra decepção na 10ª temporada, conseguem cometer os mesmos erros da temporada passada, não construindo nenhuma história envolvente para Alan e nem para Walden, como Angus T. Jones fez aquela declaração no meio da temporada, foi cada vez mais se afastando do show, não mudando nada apesar de tudo, já que seu personagem já estava ficando saturado. Seus melhores episódios são: "I Changed My Mind About the Milk" (10x01) e "Run, Steven Staven! Run!" (10x14).

Com a 11ª temporada, a série após 2 anos consegue voltar a ter uma regularidade de bons episódios, na penúltima temporada da série conseguiram acertar em tudo o que vinham faltando, como boa e envolvente história, crescimento do personagem do Walden, e bons novos personagens como Barry (Clark Duke) e Larry Martin (D. B. Sweeney) entram nessa nova temporada. Nessa temporada, com o Angus T. Jones fora da série, entra Amber Tamblyn que interpreta a Jenny Harper, a filha perdida de Charlie Harper, que irá morar com Walden e Alan e tem a personalidade parecida com a do Charlie, inclusive por gostar de mulheres, seu personagem realmente não é interessante e importante para história, só serviu para substituir alguém, parece que cometeram o mesmo erro pela segunda vez. Seus melhores episódios são: "Baseball. Boobs. Boobs. Baseball" (11x12) e "Three Fingers of Crème de Menthe" (11x14).

Na 12ª e última temporada, Walden tem uma crise existencial após um susto com sua saúde, assim querendo adotar uma criança, então descobre que é difícil fazer a adoção sendo um homem heterossexual e solteiro, então ele pede Alan em casamento para que eles possam adotar uma criança como um casal gay, essa temporada continua com a mesma performance da anterior, tendo uma boa trama e sendo engraçada do começo ao fim. Jenny Harper é esquecida nessa temporada, e colocam no lugar Louis, a criança adotada que é nada menos que a série tentando voltar para quando Jake tinha seus 10 anos de idade. Seu melhor episódio é: "Thirty-Eight, Sixty-Two, Thirty-Eight" (12x04)


O último episódio da série [Contém Spoilers]


O episódio começa com Alan recebendo uma carta que as canções de Charlie geraram 2,5 milhões de dólares, então ele procura o atestado de óbito do seu irmão. Depois de conseguir o atestado, Alan descobre que esse dinheiro já foi sacado, e recebe ameaças no celular levando a achar que Charlie ainda está vivo. Então Rose conta que durante sua lua de mel, Charlie a traiu numa orgia com uma mulher, um palhaço e uma cabra, ela descobre e sai correndo do hotel indo até a estação de trem, quanto Charlie a encontra para pedir desculpas, Rose empurra Charlie que sem querer leva a cabra atrás dele a ser atropelada por um trem, então Rose o esconde num poço por 4 anos onde o sustenta, até ele conseguir sair e ir atrás de vingança, então quanto chega na sua casa é morto pelo próprio piano que ele contratou para ser jogado de um helicóptero para se vingar das pessoas naquela casa na praia. Depois desse final, Chuck Lorre fala que poderia ser um pouco diferente se Sheen tivesse aceitado participar:

“Sei que muitos de vocês estão decepcionados por não terem visto Sheen no episódio final. Para registro, foi oferecido um papel a ele. Nossa ideia era fazer ele andar até a porta da frente, tocar e campanhia, virar, olhar diretamente para a câmera e dar início a um discurso inflamado sobre os perigos do vício em drogas. Ele então iria explicar que esses perigos se aplicavam apenas a pessoas normais. Que ele estava longe de ser normal. Ele era um ninja guerreiro de Marte. Ele era invencível.

E então nós jogaríamos um piano na cabeça dele. Nós achamos que era engraçado. Ele não. Ao invés disso, ele queria que nós escrevêssemos uma cena afetiva que iria marcar seu retorno ao horário nobre em uma nova sitcom chamada ‘The Harpers’, estrelando ele e Jon Cryer. Nós achamos isso engraçado também”.

Chuck Lorre tinha comentado anteriormente que ele agradaria os fãs, representando o tempo em que Charlie era o principal, como também os últimos 4 anos que foram com o Ashton Kutcher, mas ele realmente não fez isso, na verdade no último episódio da série só serve para fazer piadas com que aconteceu durante a série, como a demissão de Charlie Sheen e Angus T. Jones, como por exemplo: " Charlie é mesmo insubstituível", "Jake, você ganhou muito dinheiro fazendo piadas idiotas", "Charlie já testou "tratamento de choque... sim, mas não deu muito certo".

O último episódio não acrescenta nada em questão de história, fazendo que adoção vinda do casamento do Walden e Alan seja irrelevante, como também aparição da Jenny Harper seja pífia.

Sobre a aceitação ou não de Sheen de participar do último episódio, eu realmente acho que não mudaria nada, do que adiantaria ele aparecer por 8 minutos e não interagir com Alan, Walden, Jake, Berta e vários outros, poderia apesar disso a série a voltar ter seu personagem principal de volta, mas tanto Sheen quanto Lorre deixaram a série de lado em resultado da briga ocorrida entre eles.


NOTA FINAL: 3.5/5

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