quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Olho do Mundo, de Robert Jordan - Resenha



Autor: Robert Jordan
Editora: Intrínseca
Gênero: Fantasia, Medieval
798 páginas


O Olho do Mundo


O Olho do Mundo (The Eye of The World) é um livro de fantasia medieval e é o primeiro volume da gigantesca saga de 14 volumes de A Roda do Tempo (The Wheel of Time) — continuada em A Grande Caçada (The Great Hunt), O Dragão Renascido (The Dragon Reborn) e os livros que ainda não foram publicados aqui no Brasil: The Shadow Rising, The Fires of Heaven, Lord of Chaos, A Crown of Swords, The Path of Daggers, Winter's Heart, Crossroads of Twilight, Knife of Dreams, The Gathering Storm, The Towers of Midnight e finalizada em A Memory of Light, contando com um prólogo chamado de A New Spring (ufa!) — escrito pelo autor americano Robert Jordan — pseudônimo de James Oliver Rigney Jr. —, tendo sua versão original publicada pela primeira vez no ano de 1990 pela editora Tor Books. No Brasil, o livro foi publicado pela primeira vez pela editora Caladwin no ano de 2009, mas, depois de sua falência, a editora Intrínseca comprou os direitos da saga e passou a publicá-la por aqui, em 2013.

Vale ressaltar que os três últimos livros da série (The Gathering Storm, The Towers of Midnight e A Memory of Light) foram escritos por Brandon Sanderson com base nos manuscritos de Robert Jordan após sua morte, em 2007.

A trama


Sinopse:

"Um dia houve uma guerra tão definitiva que rompeu o mundo, e no girar da Roda do Tempo o que ficou na memória dos homens virou esteio das lendas. Como a que diz que, quando as forças tenebrosas se reerguerem, o poder de combatê-las renascerá em um único homem, o Dragão, que trará de volta a guerra e, de novo, tudo se fragmentará."


A trama de "O Olho do Mundo" se foca em Rand al'Thor, um jovem pastor que vive com seu pai, Tam, na pacata aldeia de Dois Rios, esquecida pelo resto do mundo, onde os seus moradores podem seguir suas vidas sem as preocupações de fora (seria clichê se não fosse de 24 anos atrás). Com a chegada do fim do inverno, todos os moradores se preparam para o festival anual do Bel Tine quando dois estranhos chegam à aldeia, uma mulher chamada Moiraine e um homem misterioso chamado Lan.

Tudo ia bem até a vila ser atacada por um bando de Trollocs, criaturas das trevas que até então "só existiam em lendas". Rand e seus amigos resolvem fugir, liderados por Moiraine e Lan, que lhes revelam quem são e que o Tenebroso (a personificação de tudo o que é mau. O próprio Diabo em si, em outras palavras) está atrás deles. Os jovens iniciam, então, uma jornada pelo mundo, além dos limites de sua aldeia, de onde eles nunca saíram.

Como eu disse, a história parece ser meio clichê. Mas é bom relevar, considerando que o livro começou a ser escrito em meados de 1980 e publicado só em 1990!

O universo de Jordan, semelhanças e inspirações


Todo o universo criado por Robert Jordan é incrível, sem mais. É inegável que o autor foi muito criativo e que seu universo é grandioso e extremamente rico. Quando estava bolando essa resenha, jurei pra mim mesmo que não iria comparar a obra de Jordan com as de Tolkien, mas é impossível. Há muita influência de Tolkien por aqui. E isso vai desde as criaturas criadas até o grande mapa múndi, que apenas a Terra-Média tinha trazido até então. Seres como trollocs, draghkars, ogiers e myrddraals são apenas alguns dos tantos outros, e que comprovam que Jordan teve uma preocupação em criar algo original. Por enquanto, nenhuma criatura mitológica já conhecida, como o clássico Dragão, por exemplo, figurou na saga, o que mostra que o universo é totalmente novo.




Por mais que não hajam muitas outras raças civilizadas além dos humanos (existe apenas uma outra), como elfos, anões, hobbits e sabe-se lá o quê mais, o mundo ainda é bastante rico, com diversas culturas que contribuem para as diferenças no universo "Jordaniano".

Além disso, ainda há a linha do tempo com todos os acontecimentos do passado. Os personagens não são simplesmente jogados em meio a um mundo sem história. Tudo aqui no universo tem um porquê, mais ou menos como Tolkien fez em O Silmarillion, embora não seja tudo explicado nesse primeiro livro.


A narrativa de Jordan prende o leitor, te fazendo querer saber o que vai acontecer no próximo capítulo. Há partes em que a ação corre desenfreada, recheada de fantasia ao extremo, mas também existe um momento onde o ritmo diminui e a história dá uma engasgada, mas isso não chega a durar muito tempo e logo tudo volta ao seu ritmo padrão. A escrita também é muito fluida e simples. O autor consegue descrever muito bem os cenários (não à exaustão, como Tolkien e Cornwell) e principalmente as situações. Há algumas partes no meio do livro que te fazem sentir pena dos protagonistas, e isso é muito bom.

Problemas


A edição da editora Intrínseca é simples e bonita. Conta com orelhas, páginas amareladas e acabamento em brochura, com uma capa bem simples mas que faz todo o sentido assim que você começa a adentrar no universo da obra, entretanto existem alguns erros como palavras no singular quando deveriam estar no plural e letras trocadas (como "s" ao invés de "a", mas isso só aconteceu uma vez), mas nada que comprometa a narrativa. São erros mínimos e que passaram por descuido de quem revisou a tradução.

Vale a pena?


Se você ama livros de fantasia, como eu, O Olho do Mundo é quase indispensável para sua estante. Seja pela criatividade do mundo de Jordan ou sua narrativa, o livro merece pelo menos uma chance. O final era um tanto esperado, ao menos por mim, mas ainda sim bastante satisfatório e que me deixou ansioso para o próximo livro. Esse que chegou à lista dos mais vendidos do The New York Times em sua época e que foi considerado a maior obra de literatura fantástica desde O Senhor dos Anéis (e, antes que você diga "As Crônicas de Gelo e Fogo", lembre-se da data) merece uma conferida, não acha?



Outras capas:




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