domingo, 22 de junho de 2014

Watch Dogs - O jogo mais esperado dessa geração finalmente chegou! (Análise)



E é então que eu tive a oportunidade de jogar até o fim o game considerado como o mais esperado dessa oitava geração: Watch Dogs.

Tenho bastante coisa para comentar aqui e, pela semelhança de ser um jogo de mundo-aberto e já ter sofrido várias comparações, vou tentar não compará-lo muito com Grand Theft Auto V, mesmo considerando a campanha agressiva da Ubisoft contra o game da Rockstar.

Todos sabemos que franquias novas são arriscadas, principalmente quando são acompanhadas pelos mais novos consoles da geração que por sua vez são seguidos por franquias já aclamadas e conhecidas. Logo, para conseguir chamar a atenção do público para si mesmo, é preciso ter uma estratégia de marketing fodida muito boa, e foi o que a Ubisoft fez. Por mais desafiador que tenha sido, a Ubisoft quebrou as barreiras e trouxe MUITA (mas muita mesmo) atenção do público pra sua nova IP, o badalado Watch Dogs, e conseguiu transformá-lo no jogo mais esperado da oitava geração. Praticamente todo mundo queria um Xbox One ou um Playstation 4 junto com uma cópia de Watch Dogs.

Entretanto, assim como é arriscado apostar em uma nova franquia em época de jogos já consagrados, é igualmente arriscado jogar muito peso em cima do marketing e deixar com que ele crie o famigerado hype, principalmente sabendo que o seu produto pode não bater as expectativas.




Durante dois longos anos, nós fomos alimentando (juntamente com o marketing agressivo) nossas expectativas para Watch Dogs. O jogo impressionava em cada novo gameplay ou imagem lançados. O visual era incrível, a promessa era fantástica e, quando o game finalmente chegou às prateleiras para a alegria de todos, o que encontramos não foi bem o prometido. O maior problema de Watch Dogs é que a Ubisoft, juntamente com nós, os gamers, criou expectativas astronômicas para o jogo. O game não é ruim de maneira alguma, ele só se tornou refém do próprio hype.

A promessa de Watch Dogs era a mais fantástica possível. O jogo prometia nada mais do que mundo-aberto e uma nova maneira de se interagir com o cenário. Isso, de certa forma acontece, mas não como nos foi vendido anteriormente, na longínqua E3 de 2012, por exemplo.

Nós tomamos o lugar de Aiden Pearce numa super-conectada Chicago, controlada por um sistema chamado de ctOS, que cuida de tudo desde o tráfego nas cidades até a segurança pública e, para nos ajudar, nós conseguimos controle desse sistema. Por mais que a ideia de controlar uma cidade inteira seja bem interessante, mudando os semáforos, grampeando o telefone de NPCs para encontrarmos missões secundárias ou nos aproveitando das câmeras de segurança para nos ajudar em uma abordagem mais furtiva, nada disso é completamente inovador.

Nem por isso às coisas são ruins, levantar bloqueadores ou explodir canos de vapor subterrâneos para atrasar a polícia durante uma fuga pela cidade, ou causar um blackout geral para te ajudar nos combates de fogo intenso é bem legal e consegue até mesmo empolgar em alguns momentos.




A jogabilidade de Watch Dogs é boa. No game nós podemos andar, dirigir, atirar e praticar o que pode ser chamado de um "parkour amador", além de hackear a cidade ao nosso benefício. Mas um dos maiores problemas do jogo, no entanto, é sua física. Ela é mais do que superficial, ela é completamente artificial. A física de Watch Dogs chega a lembrar a física de Saints Row, ou seja, a interação do personagem com o cenário é muito ruim. Por exemplo: quando Aiden pula de algum lugar consideravelmente alto e cai de pé, muitas das vezes ele nem ao menos dobra os joelhos. Isso consegue ser brochante. Falta de realismo num jogo desse tipo não é muito bem-vinda, na verdade.

Além disso, dirigir em Watch Dogs é um pesadelo e não há diferença na dirigibilidade de carros distintos. Entre os tantos problemas, bater uma moto em alta velocidade quase sempre não tira o personagem de cima dela. E, se você tentar passar de raspão em outros veículos enquanto estiver dirigindo um carro, esteja preparado para atravessá-los.

E falando em atravessar objetos, alguns objetos são vistos atravessando paredes, e isso é um tanto normal para um game desse porte. E, já que estamos tratando de atravessar coisas, podemos falar da parte gráfica do game:

Watch Dogs é um game bonito, muito bonito mas nem de longe tem aquele visual orgásmico que nos foi apresentado durante a E3 de 2012, quando ele foi exposto para o público pela primeira vez. O jogo sofreu um downgrade violento com o passar dos anos.




Nos consoles da nova geração e no PC, Watch Dogs é lindo e riquíssimo em detalhes, algo surpreendente para um sandbox. Já no PS3 e no Xbox 360 o jogo continua bonito, embora apresente menos detalhes (logicamente) e um número um tanto grande de serrilhados, mas nada comprometedor.

A parte sonora do jogo não é espetacular, por outro lado. Enquanto você utiliza o arsenal do jogo (que é consideravelmente grande, por sinal, mas não customizável) você pode ter a impressão de estar atirando com uma pipoqueira, mas não se assuste.

A dublagem, entretanto, é boa já que se por lado as vozes foram escolhidas à dedo para cada personagem e se encaixam muito bem, por outro a falta de sincronia entre a boca do personagem e a fala pode incomodar um pouco aos mais atentos.

O jogo ainda conta com um modo online interessante, cuja principal (e talvez a mais divertida de todas) missão é invadir o jogo de uma pessoa conectada e hackea-la, roubando seus dados sem ser visto. O inverso também pode acontecer, ou seja, você pode ser invadido durante seu gameplay e então terá início uma caçada ao invasor, que você precisa encontrar e matar antes que ele consiga fazer o download de todas as suas informações ou fugir. E, se por um lado, esse modo é interessante, por outro ele pode encher o saco com frequência. Se alguém se lembra de GTA IV, onde você tentava jogar sozinho e os NPCs não cansavam de te ligar e te interromper? Watch Dogs funciona bem assim. Haverá momentos em que você estará prestes a iniciar uma missão da campanha, por exemplo, e terá que parar para procurar o invasor do seu jogo. O bom de tudo isso é que durante as missões isso não acontece.

Por fim, o enredo do game é provavelmente o ponto mais forte. A história começa muito bem, embora acabe se perdendo no meio do jogo, e volta com força total na reta final. Contando, é claro, com side-missions variadas que acrescentam um pouco mais ao tempo de jogo, que deve durar entre 8 ou 9 horas de gameplay.

Watch Dogs é um jogo bom. Nada parecido com o game que nos foi apresentado anteriormente mas ainda consegue segurar as pontas e nos trazer uma experiência competente. Se você procura por algumas horas de diversão, pode comprar o jogo sem dúvidas pois ele irá suprir suas necessidades.

Dica 1: Existe uma série de side-missions chamada de Burner Phones (ou Telefones Descartáveis), tente encontrar todos eles antes do fim do jogo para descobrir os verdadeiros motivos de Maurice Vega.

Dica 2: Fique até o final dos créditos.



AVALIAÇÃO: 3/5
"Bom"




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