sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Bronson | O currículo perfeito do prisioneiro mais violento da Grã-Bretanha. (Dica do final de semana #5)



De volta nessa bagaça, bem que me lembrei que na última e única vez que escrevi nesta série eu falei sobre Drive, um maravilhoso filme indie que tava sozinho no catálogo do Netflix precisando ser mais visto. No artigo em questão (veja aqui), comentei que o diretor Nicolas Winding Refn também foi o arquiteto um pequeno filminho chamado Bronson, a produção responsável por colocar o ator Tom Hardy no mapa. Portanto, vamos falar de Bronson.

Bronson, dirigido por Nicolas Winding Refn e estrelado por Tom Hardy, o filme, baseado em fatos, conta a história de Michael Peterson (Tom Hardy), um cara meio louco da cabeça que, quando criança, após assistir ao filme Death Wish, adotou como pseudônimo o nome do famoso ator Charles Bronson. De acordo com a imprensa britânica, Michael/Charles é o prisioneiro mais violento da Grã-Bretanha.

Com sua cabeça raspada e um bigodão estilo Joseph Stalin, seu passatempo favorito é ficar nu, aplicar em si sua pintura de guerra à base de graxa e ir à ação. E ação geralmente quer dizer fazer um refém, esperar os guardas virem resgatá-lo e começar uma sangrenta porradaria até ser derrubado por cassetetes. E ele já fez isso repetidas vezes, talvez porque o goste. Inicialmente sentenciado a 7 anos (você sairá em três, disse-lhe sua mãe no tribunal) de prisão por um assalto a mão armada, Bronson já serviu 34 anos quase ininterruptos (ficou livre por 69 dias), dos quais 30 ele passou só na solitária. Sério, isso é tudo de verdade.




No auge de seus 92 minutos, não espere que Bronson é um filme introspectivo e interpretativo como Drive, por exemplo. São 92 minutos de pura fúria e ira e um show de atuação do Tom Hardy, que dá um ar animalesco de brutalidade crua ao papel.

E não parece haver um 'por quê'. Nós não sabemos, o filme também não sabe. E se Bronson sabe, ele não fala. E essa é uma bela ideia de Winding Refn, que além de diretor é co-roteirista. Não existe, por exemplo, nenhum flashback demonstrando uma infância traumatizada do protagonista, afinal, nas próprias palavras de Charlie, ele nasceu em uma família de classe média comum e nem culpa sua infância pelo modo como é hoje.

Talvez por ser tão cru e direto, guiado pela direção firme e ótima de Winding Refn, o roteiro consistente e a ótima atuação de Hardy, além de ignorar razões e consequências, que Bronson seja tão interessante de se ver. Alguns dizem que insanidade é fazer a mesma coisa repetidas vezes esperando resultados diferentes. Caso seja a verdade, então Bronson não é insano. Ele faz a mesma coisa repetidas vezes esperando sempre o mesmo resultado. Há ainda aqueles que acreditam que existam comportamentos humanos que estão além da compreensão, e este filme parece seguir essa ideia. E não há nada de errado nisso.


AVALIAÇÃO: 4/5
"'Ótimo"


*Aliás, se você não está acreditando na história de Michael Peterson, que depois virou Charles Bronson e hoje se chama Charles Salvador (e tem 62 anos e continua preso), dá uma checada nesse artigo da Wikipédia americana clicando aqui.

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