sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Drive | Entrar. Sair. Fugir. (Dica do final de semana #2)



E aí que aconteceu de estarmos fazendo uma série semanal com posts recomendando algum filme (geralmente presente no catálogo da Netflix) que não recebeu o reconhecimento merecido pra você assistir no fim de semana. Quando soube da ideia, naturalmente, 13 bilhões de filmes me vieram à mente, mas só um se destacou por se encaixar como uma luva nesses requisitos...:

Drive é dirigido por Nicolas Winding Refn, um dinamarquês não muito conhecido no mundo "mainstream", mas que já botou no mundo filmes que são, por alguns (inclusive pelo Festival de Cannes), considerados verdadeiras obras de arte, como Bronson (2008), talvez o responsável por revelar Tom Hardy para o mundo, antes de O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises, 2012) lançá-lo ao estrelato, Valhalla Rising (2009) e, seu mais recente esforço, Só Deus Perdoa (Only God Forgives, 2013). Com elenco composto por Carey Mulligan, Christina Hendricks, Bryan CranstonOscar Isaac, Ron Perlman, Albert Brooks e encabeçado por Ryan Gosling — um cara bem mais conhecido que o diretor, mas famoso justamente por aparecer sempre em produções indie — Drive é, possivelmente, uma obra de arte, também.

No longa, que é baseado no livro homônimo escrito por James Sallis, nós somos apresentados ao personagem de Ryan Gosling — um cara bem daquele tipo Clint Eastwood de Homem-Sem-Nome durão —, que trabalha como dublê em filmes, onde ele é o responsável por dirigir os carros nas cenas de perseguições que costumam ser bem perigosas, mas que durante a noite, assume o papel de piloto de fuga contratado para criminosos (Carga Explosiva? Qualquer coincidência é mera semelhança... DIGO...). Ele conhece Irene (Carey Mulligan), uma mãe de um garotinho que, juntos, moram no apartamento ao lado do seu.




Os três desenvolvem uma relação bem bacana, quase (quase) chegam a serem uma família, mas quando o marido de Irene, Standard (Oscar Isaac), que estava na prisão, volta para casa, umas merdas começam a acontecer, Irene e seu filho são ameaçados e Ryan Gosling decide resolver essa treta.

Eu não vou revelar nada mais sobre o enredo e você deve assistir para saber o que acontece, mas o resultado pode não ser o que você espera.

Quase um Bullitt do novo século, Drive conta com muita ação e, mesmo demonstrando um lado meio romântico, talvez não seja o filme mais indicado para pessoas que se impressionam fácil. Mas calma lá, não há nada aqui que se assemelhe a acontecimentos de filmes como Killer Joe ou o próprio Só Deus Perdoa, mas alguns podem dizer que há um pouco de over-the-top em certas cenas, embora, na visão desde que vos escreve, tudo é justificável.




A atuação dispensa comentários. Ryan Gosling vem se mostrando um puta dum ator versátil em diversos trabalhos e em Drive não é diferente. Mesmo com um personagem que fala pouquíssimas vezes (na verdade, o longa inteiro é contado através de poucos diálogos mas, de todos os personagens, o de Gosling é o que menos abre a boca), sua interpretação simplesmente majestosa não precisa de diálogos para desenvolver seu personagem e, sinceramente, você sempre quer saber mais dele. O resto do elenco é igualmente sensacional, claro. Principalmente os dois vilões de Ron Perlman e Albert Brooks.

A fantástica direção de Winding Refn, somada à incrivelmente linda direção de fotografia de Newton Thomas Sigel, Drive ganha um ar único que parece ser uma mistura daquele "charme" que só se vê em filmes indie com uma produção digna de uma obra-prima. Coisa que Drive é, por sinal.

Talvez por ser um filme que respeita sua audiência e a obriga a pensar sobre o filme se quiser entender o que acabou de ver que Drive captou tanto o meu interesse, e você deveria dar uma olhada nele também.


AVALIAÇÃO: 5/5
"Extraordinário"

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