quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Quarteto Fantástico (2015) — O pior filme de super-heróis em anos? Sim e com certeza. (Crítica)



Quarteto Fantástico (Fantastic Four, ou Fant4stic, 2015) é dirigido por Josh Trank e estrelado por grandes nomes promissores dessa nova geração de atores como Miles Teller e Michael B. Jordan, além de outros nomes como Kate Mara, Jamie Bell e Reg E. Cathey e é o reboot da equipe nos cinemas, além de ser a quarta adaptação para live-action do Quarteto.

Esse filme tenta mais uma vez contar a origem do Quarteto Fantástico e emplacar um filme de sucesso da super-equipe nos cinemas. E dessa vez eles até trouxeram um arsenal pesado para tal, afinal, além de grandes nomes no elenco, trouxeram também o diretor de "Poder sem limites" (Chronicle, 2012), um dos melhores filmes no formato found-footage que pode ser encontrado no mercado e que também fala sobre pessoas super-poderosas e que também conta com Michael B. Jordan.




Por muito tempo eu pensei que, desde 2005, já estava mais que provado que filmes de heróis podiam ser muito bons e que, desde 2008, era perfeitamente possível pegar um personagem relativamente desconhecido e com ele fazer um filme divertido. Por anos eu pensei que tínhamos passado da época de Superman IV: Em Busca da Paz (Superman IV: The Quest For Peace, 1987) e de Batman & Robin (1997), acreditei que nunca mais veríamos filmes do gênero que fossem verdadeiras atrocidades, agressões contra o fiel público que vai aos cinemas múltiplas vezes ao ano apoiar seus personagens e estúdios favoritos que se aventuram pela categoria de filmes de super-heróis. Digo... é claro que tivemos algumas decaídas e títulos até "debatíveis", como Wolverine: Imortal (The Wolverine, 2013) e Homem de Aço (Man of Steel, 2013), mas eu pensava que havíamos passado pelo tempo de atrocidades com X-Men Origens: Wolverine (X-Men Origins: Wolverine, 2009) ou Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance, 2012).

Eu tinha tantas esperanças para esse filme, eu queria gostar desse filme, afinal de contas ele parecia mais com uma ficção científica do que o padrão de filmes de heróis, mas... bem... eu estava errado. Muito errado. Quarteto Fantástico é um dos piores filmes de super-heróis que eu já vi.

A verdade é que esse filme parece mais que foi feito apenas para exposição do enredo. São 100 minutos de filme que mais parecem um prologo super-estendido para o verdadeiro filme. Quarteto Fantástico prepara, prepara, prepara e prepara a audiência para um filme que nunca acontece!




O roteiro parece picotado. Muitas partes não se encaixam onde estão e algumas coisas nem fazem muito sentido, e é provável que o filme tenha sido massacrado na pós-produção. Há cenas que apareceram nos trailers que não têm sequer vestígios no longa. Esse filme também é mais um daqueles que explica coisas como se sua audiência fosse burra demais para deduzirem por si próprio, mas, estranhamente, não explica o que deveria ser explicado. Por exemplo: nunca sabemos por que os personagens recebem poderes diferentes (erro meio recorrente nos filmes da equipe), ou por que e como Victor Von Doom (Tobey Kebbel) se tornou no que se tornou.

Os personagens não são desenvolvidos, o vilão não é ameaçador e, por consequência, o grande plano destrutivo do Doutor Destino passa a sensação de não ter importância. Você não se importa com o que pode acontecer se o vilão for bem sucedido, porque você não se importa com os personagens! Os romances são forçados, e as amizades, inconvincentes. O filme expõe, expõe e expõe enredo, prepara terreno e ao mesmo tempo não prepara nada!

E não pense que há nem a mais remota possibilidade de você receber um spoiler. Os heróis ganham seus poderes, o vilão aparece, eles lutam e pronto! Não tem NADA pra "spoilar" porque NADA acontece!




Josh Trank, junto da equipe de efeitos especiais, deveria se envergonhar do resultado de seu trabalho. Os efeitos especiais são ridiculamente óbvios e ruins, e por vezes parece que você está assistindo um jogo, e não um filme. Há uma cena em específico onde Reed Richards (Miles Teller) usa seus poderes para "rearranjar" a posição de seus olhos, boca e nariz de modo que ele pareça com outra pessoa. Quando ele volta à sua aparência normal, o efeito de "transição" é tão absurdamente terrível que deixa qualquer um incrédulo. Isso quando o contorno em volta dos personagens denuncia que eles claramente estão na frente de um chroma-key.

Com tudo isso, vem a pergunta: Em quê eles usaram o orçamento de 120 milhões de dólares desse filme?! É um orçamento mais limitado do que o comum, e até menor do que o filme anterior do Quarteto, eu sei... Mas, mesmo assim, não é relevável... A título de comparação, Homem-Formiga custou algo por volta de 130 milhões!

Para não dizer que tudo é ruim, ao menos temos o Coisa (Jamie Bell), que, ao menos esteticamente, não se parece com aquele boneco de meio borrachudo que era o personagem nos dois filmes anteriores. Aliás, a reação dos personagens ao ganharem seus poderes é interessante, mas nada empolgante...

Quarteto Fantástico é, infelizmente, pior filme da 20th Century FOX em anos, e um dos piores filmes de super-herói que já chegou aos cinemas e, pelo menos até o momento, o pior blockbuster do ano. Um roteiro picotado, personagens desinteressantes, um vilão ridículo e nada intimidador, além de efeitos especiais horríveis e a falta de sequer uma boa cena de ação. Não há clímax. Não há empolgação. Apenas tristeza.

Um "ótimo" modo de fechar o ano de filmes de super-heróis, afinal o próximo só chega ano que vem. Se você for ao cinema assistir esse filme, pare, entre na sala ao lado e vá assistir Homem-Formiga de novo, porque Quarteto Fantástico, com certeza absoluta, não vale o seu dinheiro.


AVALIAÇÃO: 0.5/5
"Péssimo"

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