quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mad Max: Estrada da Fúria — Vingadores 2 é o car#!@! (Crítica)



Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road) é dirigido e roteirizado por George Miller e traz um elenco composto por Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Rosie Huntington-Whiteley.

Depois de exatos trinta anos desde que o último filme da franquia (Mad Max: Além da Cúpula do Trovão) estreou nos cinemas, em 1985, eis que chegamos em 2015 e Mad Max: Estrada da Fúria chegou às telonas.

Dirigido e roteirizado pelo mesmo homem responsável por todos os outros três filmes anteriores, George Miller, o quarto filme da franquia — que é uma sequência direta do anterior — nos apresenta a Max Rockatansky (Tom Hardy), que é capturado por um estranho grupo de sobreviventes que são liderados por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), que é quase que uma figura religiosa para eles. A Imperatriz Furiosa (Charlize Theron) está tentando escoltar um grupo de pessoas com quem ela se importa bastante das garras de Immortan Joe enquanto ao mesmo tempo tenta encontrar a sua terra-natal, e Max acaba sendo pego no meio da treta.

Como estão dizendo pela internet a fora, e eu sou obrigado a concordar, pode-se afirmar que, quando se trata de filmes de ação, ao longo da história do cinema houveram diversos filmes-referências para suas épocas, filmes estes que podem ser chamados por alguns de "marcos", ou até divisores de águas, por que não?




Não entendeu nada? Eu explico: pode-se dizer que, ao longo da história do cinema de ação, alguns filmes se destacaram de tal forma que hoje são considerados marcos de sua época, ou divisores de águas, como: 007 contra Goldfinger (1964), Taxi Driver (1976), Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981), Duro de Matar (1988), Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), Matrix (1999) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008). Entendeu? Esses foram filmes que, supostamente, se tornaram referências de longa-metragens de ação de qualidade em suas respectivas épocas.

Mas onde eu quero chegar com isso? Simples: o fato de algumas pessoas estarem considerando Mad Max: Estrada da Fúria o filme de ação "ícone" de sua época, ou década, ou seja lá o que for. E esse argumento não é nem um pouco infundado, afinal, se há um filme que merece esse reconhecimento, esse filme é Estrada da Fúria.

Ultimamente, falar sobre a atuação nesses blockbusters que trazem elencos invejáveis é perda de tempo. É claro que ela é ótima, é claro que ela é fantástica. Eu entro em detalhes nos personagens (em individual) mais pra frente, então... SKIP!

Se tem algo que deve receber destaque, isso é a direção de George Miller. Desde 1979, com o seu primeiro filme (Mad Max), Miller vêm demonstrando uma ótima mão para dirigir filmes de ação. Mad Max: Estrada da Fúria é um filme lindo. De encher os olhos. Os ângulos de câmera, o enquadramento certo no momento certo, os zooms precisos no rosto dos personagens quando a hora pede, lindíssimas cenas em plano geral da destruição e do caos que rodeiam os personagens. Tudo simplesmente fantástico.




E, se há outra coisa que George Miller também sabe fazer primorosamente, isto é filmar cenas de luta entre os personagens. Um mal que vêm afetando a indústria cinematográfica nos filmes de ação ultimamente é o uso da "câmera chacoalhante" que, como o próprio nome diz, é quando o câmera-man é pago para, literalmente, chacoalhar a câmera de um lado para o outro, para cima e para baixo. Esse método é utilizado, geralmente, para passar a sensação de ação e a ideia de que algo está realmente acontecendo entre os personagens, sem realmente mostrar, o que faz com que o filme receba classificações indicativas menores e, consequentemente, atinja um público maior e lucre mais. Embora as vezes isso é usado com o intuito de esconder que o ator não sabe fazer sua coreografia direito...

Estrada da Fúria não liga para isso. Não há nenhuma "câmera chacoalhante" para ser encontrada em momento nenhum. O filme se arrisca o suficiente para mostrar toda a sua violência e mostra que Tom Hardy, Charlize Theron e os vários outros atores sabem o que estão fazendo, e George Miller captura essas cenas com maestria. O longa arrisca seu pescoço o suficiente a ponto de receber uma classificação indicativa mais alta e corre o risco de arrecadar menos dinheiro, tudo para poder respeitar os fãs da franquia, do gênero e, principalmente, para fazer ação com mais coerência e brutalidade, e isso merece muitos aplausos.

O Max de Tom Hardy é ótimo. Se o ator tinha o grande legado de Mel Gibson para fazer jus, ele conseguiu muito bem, mas sem tentar seguir tudo à risca de como era antigamente. O Max de Hardy tem identidade própria, sim. O novo Max não é mais o herói mudo de outrora, mas ainda sim não deixa "as origens" de lado, se mantendo fiel à interpretação de Gibson mas ainda sim fugindo das possíveis rotulações de que ele fosse "apenas mais um". Nesse enredo, o papel de Max se assemelha bastante ao do segundo filme da franquia. Ele é o personagem principal mas a história não gira em torno dele, ele é apenas um cara que estava no lugar errado e na hora errada, e acabou sendo pego no meio da confusão.




O segundo destaque vai para a Imperatriz Furiosa de Charlize Theron. Enquanto ela é uma mulher forte e bem badass, ela ainda tem seu lado humano e sensível, e isso é fantástico. Ela se importa com os outros e com seus ideais e tem personalidade própria e forte. E, o melhor de tudo: nunca, em momento algum, há qualquer indício de sequer uma centelha de romance entre Max e Furiosa. Ótimo! Ponto pro roteiro.

Por fim, destaque para o vilão, Immortan Joe, interpretado por Hugh Keays-Byrne, o mesmo ator shakespeareano que interpretou o vilão principal, Toecutter, no primeiro Mad Max (1979). Lembranças à parte, esse novo vilão não se assemelha em nada com seu "antecessor espiritual" de 36 anos atrás. Immortan Joe, um cara que é algo no estilo de um filho entre Darth Vader e o Esqueleto, é mal, cruel e impressionante. Idolatrado como um deus, o cara é simplesmente pirado, e isso se encaixa muito bem na premissa que a franquia Mad Max vem estabelecendo desde '79.

Sendo o melhor filme de ação da década ou não, Mad Max: Estrada da Fúria aprendeu muito bem com seus antecessores e mostra com primor toda a loucura pós-apocalíptica que vem sendo estabelecida aos poucos por George Miller desde o primeiro filme dessa franquia importantíssima do cinema que influenciou muito filme depois de sua estreia. Assim como, para esse que vos escreve, Mad Max 2: A Caçada Continua é um dos melhores filmes de ação já feitos, este quarto filme da franquia agora também ocupa um lugar nessa lista. Com personagens fortes, um enredo sólido e uma direção fantástica, Mad Max: Estrada da Fúria é, na nem tão humilde opinião deste redator, o melhor filme do ano até o momento. Se este longa é uma prévia da qualidade cinematográfica que 2015 nos apresentará, eu estou genuinamente empolgado para ver o que este ano ainda esconde na manga.

Se você gosta da franquia, se você gosta do estilo, se você gosta do gênero ou se você apenas curte uma boa ação, este filme é pra você. Você tem que assistir Mad Max: Estrada da Fúria.


NOTA FINAL: 5/5

0 comentários:

Postar um comentário