sábado, 11 de abril de 2015

Velozes e Furiosos 7 — Mais um filme. Um último tributo. (Crítica)



Velozes e Furiosos 7 (Furious 7) é um filme impressionante, mas provavelmente não no sentido que você está pensando. Há duas coisas que mais se destacam por serem as mais impressionantes: o fato de já existirem sete desses e o fato de que eles, inevitavelmente, foram ficando melhores com o tempo.

Dirigido por James Wan (Jogos Mortais, Invocação do Mal) e estrelado pela galera de sempre, isto é, Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez, Dwayne "The Rock" Johnson e outros, além das adições de Jason Statham e Nathalie Emanuel.

Antes de seguir em frente, eu sinto a necessidade de esclarecer uma coisa aqui: existem filmes que são verdadeiras obras de arte em movimento e também existem aqueles que são burros e divertidos, onde você simplesmente quer se afundar na poltrona do cinema com 20 litros de refrigerante de um lado e um balde com 15 toneladas de pipoca do outro apenas para assistir e se divertir. Ele não precisa ser profundo, ele não precisa ser elaborado, ele só precisa de render boas horas de diversão. Saca? Com isso fora do caminho, vamos seguindo...




Dessa vez, a trama é centrada na "gangue" de (quase) sempre, a família de Toretto. Para não estragar completamente a surpresa de quem não assistiu o filme anterior, Velozes e Furiosos 6, digamos que o filme segue diretamente a partir do final de seu antecessor, onde um velho personagem conhecido é morto pelo vilão da vez, Deckard Shaw (Jason Statham) — que é o irmão do vilão de Velozes 6 em busca de vingança —, e Dom (Vin Diesel), ao lado de Brian (Paul Walker), depois de terem sua casa explodida, vão em busca da retribuição.

Logicamente, o enredo não é nem perto de complexo, e essa simplicidade é o suficiente pra tocar o longa pra frente, mas também não está livre de problemas. O primeiro maior incômodo do filme se encontra justamente no enredo, onde parece que duas histórias distintas estão acontecendo ao mesmo tempo e elas nem sempre se encontram para formar uma só. É meio estranho.

O longa conta com tudo que os seus antecessores já tinham. Porradaria mano-a-mano, carros velozes, rachas, perseguições, tiro, explosões, gostosas, The Rock medindo 5 metros de altura e mostrando os músculos... Tudo isso está de volta. Ah é, só a física que não tá de volta. Essa aí saiu da franquia há uns três filmes e não tem previsão pra retornar tão cedo.




A atuação não é das melhores. Vin Diesel, Michelle Rodriguez e Tyrese Gibson, por exemplo, fazem o de sempre: o suficiente pra deixar o filme convincente, mas o que te prende mesmo são as cenas de adrenalina.

James Wan dirige o filme com primor. As cenas de corrida, por exemplo, são muito bem filmadas, e muitas das cenas de ação são de cair o queixo. Inclusive, Velozes 7 pode servir como lição de como conciliar carros e ação, tudo num lugar só, de maneira boa e cativante. Inclusive, há um momento em que os "heróis" vão para Abu Dhabi e a paleta de cores do longa muda completamente, passando a ser um filme lindíssimo. Ótima fotografia!

Um dos maiores problemas na direção são as cenas de luta. Infelizmente, o diretor Wan resolveu adotar o método de vários cortes secos e em rápida sucessão e isso dificulta um pouco na hora de acompanhar, embora ele tenha ideias muito interessantes para essas horas como, por exemplo, girar a câmera para o lado ou focá-las em locais um tanto "inusitados" em momentos-chave da pancadaria.




Umas das coisas que mais prejudicou a produção desse filme foi a trágica morte do ator Paul Walker no final de 2013, o que causou o adiamento da estreia para que o roteiro pudesse ser reescrito, já que o ator não havia gravado todas as suas cenas. Como resultado, há uma parcela do filme em que o ator não está mais lá e é substituído por sua contraparte feita em CGI. Há momentos, em boa parte do longa, em que a computação gráfica não é distinguível da realidade e, nessa hora, a equipe de efeitos especiais merece palmas, mas há outras em que a diferença é muito mais nítida. Mas eu não poderia, em sã-consciência, criticar isso. De maneira alguma. Há de se entender o quão difícil deve ter sido terminar a produção sem um dos atores principais.

Na última cena ainda rola uma última homenagem, um último tributo, ao falecido ator, feita pelo próprio companheiro do cara, tanto no filme quanto na vida-real, Vin Diesel. E há de se dizer que essa homenagem é verdadeiramente bonita. É claro que eu não vou detalha-la aqui e quem quiser ver vai ter que assistir o filme (ou procurar na internet, sei lá).

Velozes e Furiosos 7 é mais um filme mentiroso, mais um filme que exala testosterona e é, incrivelmente, um sólido filme de ação. Ainda servindo também como um último tributo a Paul Walker e um fechamento ao seu personagem, Brian. É burro, é simples, mas é divertido, e isso é tudo o que importa.


NOTA FINAL: 3.5/5

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