segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Busca Implacável 3 — Olivier Megaton procurou, achou e matou essa franquia (Crítica)



Busca Implacável 3 (Taken 3) finalmente foi lançado aqui no Brasil e eu confesso que eu tinha altas expectativas para esse filme. Sendo o último da trilogia, "Taken 3" tinha uma grande função: restaurar a glória da franquia. Depois de um ótimo filme de ação, com cenas muito bem-filmadas e falas memoráveis (Busca Implacável) e um péssimo filme de ação, com um roteiro burro e sem sentido (Busca Implacável 2), o terceiro filme da franquia tinha como missão restaurar a glória e fechar a trilogia "com chave de ouro".

Dirigido por Olivier Megaton (Carga Explosiva 3, Colombiana e Busca Implacável 2. Sim, o mesmo diretor do filme anterior) e trazendo um elenco formado por Liam Neeson, Famke Janssen e Forret Whitaker, "Busca Implacável 3" falha miseravelmente.

Nesse filme, uma pessoa muito próxima de Bryan Mills (Liam Neeson) é morta e ele acaba sendo culpado desse assassinato. Então ele sai em uma busca implacável (me perdoem pelo trocadilho. Não pude resistir) para descobrir o verdadeiro assassino e provar sua inocência. A própria trama já é bem batida. Mas ok, vamos seguindo...

O maior problema de todos (não o único, veja bem, mas o maior) é a direção de Olivier Megaton. A direção desse filme é horrível (a edição também é horrível, mas vamos focar na direção). E essa direção horrível acaba prejudicando justamente aquela que era para ser a parte central do filme, o núcleo: a ação.




Sim, a ação de "Busca Implacável 3" é, na falta de palavras para expressar, uma merda. E ela é sumamente prejudicada pela direção terrível de Megaton. Além disso, a direção somada à edição formam uma dupla que, literalmente, matam o filme.

Como exemplo: há uma cena, logo no começo do filme, onde Bryan pula por sobre uma cerca de metal. Essa cena é filmada em 12 malditos ângulos diferentes, todos alternando em rapidíssima sucessão, sendo que essa "passagem" dura apenas 5 MALDITOS SEGUNDOS! Sim, seu olhos doem, seu estômago embrulha e seu coração entristece só de ver isso;

Há ainda outra cena que vale citar onde, um pouco mais para frente, em uma perseguição de carros, um contêiner se solta de um caminhão e sai rolando pela pista. Pelo menos mais 10 ângulos só para mostrar isso, mudando rapidamente. É horrível!




Aliás, a outra técnica de filmagem de Megaton é a clássica câmera na mão, amplamente usada por diretores como Paul Greengrass, o famigerado Michael Bay e até o brasileiro José Padilha. Essa técnica de filmar é principalmente usada em cenas de ação/luta/sabe-se-lá-o-que-mais de modo que, a imagem agitada e sacudida passa a sensação de ação e correria. O problema é que essa técnica não é bem usada aqui, e tudo acaba vindo abaixo com cenas onde é quase impossível distinguir o que está acontecendo na tela.

E a culpa de levar a franquia para o poço não é só de Olivier Megaton, não. Os roteiristas Luc Besson (!!!) e Robert Mark Kamen também merecem parte dessa culpa. O roteiro é estúpido e nada faz sentido do começo ao fim. Assim como a hilária (mas que era para ser séria) cena de "Busca Implacável 2", onde Bryan ordena que sua filha Kim (Maggie Grace) jogue granadas de cima de terraço para que ele ouça a explosão e calcule a distância que ele está de Kim, o fim de "Busca Implacável 3" é igualmente ridículo e idiota.

No fim das contas, "Busca Implacável 3" pode até ser um filme que você possa assistir casualmente (quando estiver passando na Sessão da Tarde, sei lá), ele não é nem de longe a sombra do que o primeiro filme da franquia foi. Mal-dirigido, mal-editado e mal-roteirizado, esse filme não passa de uma mancha na carreira de Liam Neeson e companhia.


NOTA FINAL: 2/5

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