quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Assim na Terra como no Inferno — Deixai toda a esperança, ó vós que entrais! (Crítica)



Um filme um tanto estranho...


Assim na Terra como no Inferno (As Above, So Below) é um filme terror e suspense. No longa, somos apresentados a um grupo de arqueólogos que estão em busca de nada mais, nada menos do que a Pedra Filosofal. Ok, até aí tudo bem. O tema até parece interessante, mas não é. O problema aparece quando começamos a assistir o filme. Um ponto um tanto negativo, pelo menos para mim, é o estilo do filme: é um filme estilo found-footage, ou seja, daqueles que parece que estamos assistindo uma filmagem amadora, onde os personagens seguram uma câmera e filmam tudo sabe? Filmes como Atividade Paranormal, A Marca do Mal ou até Cloverfield (que nem é um filme de terror) e etc são alguns exemplos. E são exemplos de filmes ruins...

Basicamente, o que acontece é que temos um grupo de jovens arqueólogos, liderados por uma garota chamada Scarlett que quer encontrar a tão famosa e mítica Pedra Filosofal para provar que o pai dela não estava louco. Para encontrar a maldita pedra, os arqueólogos resolvem se enfiar nas catacumbas abaixo de Paris e acabam indo parar em um lugar bem macabro. E ai, sabe qual é? Vou te deixar pensando aí. Pensa bem!




O problema é que, além de ser found-footage, que é um estilo que, pelo menos na minha opinião, não funciona de jeito nenhum porque não passa a sensação de medo que um maldito filme de terror deveria passar. E esse é justamente o maior problema desse filme: não há imersão! Você não sente aquele frio na espinha, aquele medinho que você deveria estar sentindo. Para um filme que te leva para lugares no subsolo e, teoricamente, deveria te dar a sensação de claustrofobia e a ideia de que "não há para onde fugir", "Assim na Terra como no Inferno" falha miseravelmente.

Além dessa falha, que por si só já é um tanto grave, ainda há o problema do roteiro previsível. Em várias cenas, qualquer pessoa com o mínimo de noção consegue parar e pensar: "Hm, eu já sei o que vai acontecer aí... Vai acontecer isso, isso e aquilo" e então BOOOM! Acontece!

Outra coisa que o filme aposta, além da proposta do formato found-footage, são os jump-scares, ou seja, quando algo salta na tela quando você menos espera pra te arrancar uns sustos. O problema é que até a maioria dos jump-scares são previsíveis.

Além disso, como eu falei lá em cima, a premissa do filme é boa, mas quando é aprofundada, começa transparecer que ela é bem ruim. Não entendeu? Eu explico: no começo, as coisas até funcionam bem e a premissa parece bacana, mas com o passar do filme, o real e o verossímil são trocados pelo fantástico e o absurdo, como que para florear mais o roteiro, mas não funciona.




Sim, é claro que nem tudo é ruim por aqui (embora eles se esforcem ao máximo). A atuação é bem decente. O elenco conta com Perdita Weeks, Ben Feldman, Edwin Hodge, François Civil, entre outros. Sim, é uma galera bem desconhecida, mas eles conseguem segurar as pontas. Outra coisa boa são os efeitos especiais, que são um tanto decentes também.

E, por mais que a atuação sejam decentes, os personagens são ruins e suas personalidades são porcas. É triste, pra quem está assistindo, ver os personagens morrerem e os outros se importarem tanto quanto se importariam se estivessem presenciando a morte duma barata.

Enfim, "Assim na Terra como no Inferno" não é a melhor escolha se você estiver procurando um bom filme de terror para assistir. Alias, o longa constrói todo um suspensa para acabar num desfecho nojento e ainda com uma ponta solta, se bem me lembro. Assim como o próprio filme cita uma frase da Divina Comédia de Dante Alighieri, permita-me fazer o mesmo: "Deixai toda a esperança, ó vós que entrais!"


NOTA FINAL: 1.5/5

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