sábado, 18 de outubro de 2014

Hatred - Um simulador de genocídios?




Antes de mais nada, vale explicitar aqui que nem o autor e nem ninguém da equipe do Titans Desatualizados pratica e nem concorda com nenhuma das ideologias dos grupos citados aqui. Só estamos noticiando e comentando sobre o assunto. Com isso em mente, vamos ao artigo:


Eu já falei sobre jogos bizarros e com propostas estranhas por aqui (como Sortie En Mar, um simulador de afogamento), mas eu acho que o ponto mais alto até agora foi quebrado por este game: Hatred, um simulador de genocídios?

É, você não leu errado. Basicamente, o objetivo do game é matar o máximo de pessoas que você conseguir. Isso até remete a um outro jogo que causou uma polêmica absurda. Sim, estou falando de Postal.

No game você assumia o controle de Postal Dude, um cara meio perturbado que acreditava que cabia ele a missão de purificar o mundo. Como? Matando o máximo de pessoas que puder. A polêmica cresceu em volta desse game e a mídia — como sempre fez — caiu matando em cima. Mas, como toda polêmica corre o risco de apenas aumentar a atenção para o que está sendo criticado, foi justamente isso que aconteceu com Postal e o jogo, que nem era lá essas coisas e era bem ruim, acabou ganhando uma audiência monstruosa e suas vendas cresceram exponencialmente, mesmo sendo banido de vários países, o que, inclusive, garantiu uma sequência: Postal 2.

A mesma coisa aconteceu com diversos outros games por aí. Manhunt, Manhunt 2 e a saga Grand Theft Auto — principalmente os dois primeiros — são apenas mais alguns exemplos disso. Estes, no entanto, têm um propósito e seu objetivo é longe disso. Hatred não.

Mas, voltando a Hatred, confira o trailer do game abaixo, embora não seja recomendado para crianças:




O jogo, que está sendo desenvolvido pela Destructive Creations, já veio causando, desde seu anúncio, uma cota considerável de polêmica na imprensa. Simplesmente o trailer apresenta um personagem que parece ter saído de O Corvo, armado até os dentes e assassinando pessoas inocentes nas ruas de formas um tanto brutais. Tudo o que os programas sensacionalistas de TV precisam para continuarem batendo na mesma tecla que diz que jogadores de videogames são assassinos em potencial.

O objetivo de tudo isso, de acordo com o que a própria Destructive Creations disse em entrevista ao Gamespot, é ir contra a maré. Enquanto os jogos tentam ser artísticos, explica o estúdio, a ideia aqui é ser divertido e ir além das convenções atuais, inclusive o famigerado"politicamente correto"...

Apesar de tudo, o estúdio quer mesmo lançar uma versão para PC em algum momento de 2015, embora já tenha perdido o apoio de pelo menos um grande nome da indústria. A Good Old Games, da CD Projekt Red (a responsável por adaptar The Witcher dos livros para os jogos), disse que não está em contato com a produtora e que "gostaria de avaliar o jogo antes de falar sobre um potencial lançamento por meio de sua plataforma".

No fim das contas, eu mesmo não sou muito a favor desse projeto. Além de rolarem rumores de que os criadores do game seriam supostos neonazistas e que vários deles curtem páginas de ultranacionalistas no Facebook, além de grupos anti-imigrantes e com um passado bastante xenofóbico. Desse jeito, o game ganha uma atenção indesejada e sua proposta pode deixar de parecer ser um monte de mortes sem sentido e pode começar a fazer uma alusão à limpeza social que esses grupos pregam.

Isso me lembra de outras polêmicas intensas que foram causadas por um game chamado Ethnic Cleansing, cujo o objetivo era justamente esse: tomar o controle de um skinhead ou um membro da Ku Klux Klan e andar pelo gueto matando latinos e negros (que faziam sons de macacos quando morriam) antes de descer para o metrô e matar judeus. No fim, o jogador encontraria Ariel Sharon, ex-ministro de Israel, onde o mesmo estaria "traçando planos para a dominação global". Após matá-lo, o personagem seria considerado um herói-mundial. Nojento, racista e desnecessário? Também acho.

Então, a partir disso, Hatred acaba virando apenas uma polêmica ruim contra os jogadores de videogames. Por isso concordo quando dizem que não precisamos disso no mercado.

Mesmo assim, a Destructive Creations está em busca de uma distribuidora e pensa também em lançamento físico. Por enquanto as únicas coisas que sabemos é que o jogo está sendo produzido na Unreal Engine 4 (que já rolou alguma polêmica a respeito disso também pois, segundo a Epic Games, desenvolvedora do motor gráfico, o logo da UE4 aparece no vídeo sem permissão) e que está confirmado para PC, mas sem data prevista para lançamento.

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