domingo, 6 de julho de 2014

Transformers: A Era da Extinção - "Acho que encontramos um Transformer" (Crítica)



ATENÇÃO: O TEXTO A SEGUIR TEM ALTOS NÍVEIS DE NERDICE. SE GOSTA DE TRANSFORMERS E, PRINCIPALMENTE, GOSTAVA DO ANTIGO DESENHO (E DAS HQs) DA TÃO AMADA "GENERATION ONE", SEJA MUITO BEM-VINDO!


Transformers: A Era da Extinção (Age of Extinction) está prestes a chegar aos cinemas do Brasil e eu pude conferir o filme em sua pré-estreia.

Nesse quarto filme que é, acreditem ou não, uma sequência direta de Transformers: O Lado Oculto da Lua (The Dark of The Moon), a ameaça Decepticon finalmente acabou e os Autobots pensaram que podiam buscar refúgio entre os humanos na Terra. O grande problema é que, quatro anos após a Batalha de Chicago (e a destruição mais que absurda da cidade) que acarretou a morte de centenas se não milhares de civis inocentes, a aliança Humano-Autobot foi quebrada e os Transformers começaram a ser caçados pelo governo americano como ameaças à humanidade. Logo nos primeiros minutos do filme, o médico dos autobots, Ratchet, é encontrado e atacado por uma equipe especial para a tarefa de caçar os Transformers, enquanto contam com a ajuda do super-ultra-mega fodão Transformer, o lendário mercenário Lockdown, que busca ninguém mais do que o próprio Optimus Prime por motivos que são ocultos por boa parte da trama (logo: spoiler). Ratchet é morto por não delatar a posição de Optimus a Lockdown e seu cadáver é levado para experimentos em uma empresa que pretende recriar os Transformers, só que sob completo controle humano, cuja maior criação até então é Galvatron, um Transformer criado a partir dos restos do temido líder dos Decepticon: Megatron. Enquanto isso, somos apresentados aos novos personagens, dando destaque a Cade Yeager (Mark Wahlberg), um inventor fracassado que, "por ironia do destino", encontra um velho caminhão (que por sinal tem, no inicio do filme, o design igual ao original, do desenho)... Sim, todos nós sabemos onde isso vai chegar. E sim, todos sabemos que o enredo é bem fraco.




À primeira vista, o que praticamente "grita" em nossa frente são os novos personagens principais, sendo eles Cade Yeager, sua filha Tessa (Nicola Peltz) e seu namorado Shane Dyson (Jack Reynor). O elenco ainda conta com Stanley Tucci, Sophia Myles e Kelsey Grammer. O drama familiar se parece MUITO com outro filme de Michael Bay chamado Armagedom (Armageddon), é tudo muito parecido e, por que não, repetido. Logo no começo já é possível perceber que são personagens não muito diferentes de Sam Witwicky (Shia LaBeouf) e Mikaela Banes (Megan Fox), embora a atuação deles não seja nem de longe tão ruim quanto à dos anteriores (com uma exceção).

E, falando de atuação, ela é boa, mas não impressiona e nem cativa (com exceção da atuação de Jack Reynor. Ai meu Deus, ela é terrível!). E, embora a interação humano-transformer seja boa, nenhum dos personagens é cativante ou carismático e é bem provável que todos iremos esquecê-los em pouco tempo, prova disso é a relação entre os personagens que ao invés de crescer dentro de você, ela te irrita. É uma relação tão ruim que chega a ser cômica ao invés de convincente e realista. O destaque fica mesmo para os Cybertronianos que todos aprenderam a amar.

Todos sabemos que a franquia Transformers sempre foi dirigida pelo explosivo (me desculpem) diretor Michael Bay e nesse filme não foi diferente. Aliás, a sensação que temos é que esse filme tem Bay em seu ápice. Temos quase tudo que o nosso querido diretor ama por em seus filmes: temos explosões (não é Michael Bay se não tiver ao menos uma explosão), temos muito barulho, temos uma gostosa (não é Megan Fox mas é Nicola Peltz!), temos helicópteros, temos slowmotion (que o diretor usa e abusa nesse filme como se não houvesse amanhã), contra-luz e momentos galhofas além de, é claro, o mais importante de todos: efeitos especiais mais que magníficos!

Os efeitos especiais de A Era da Extinção dispensam comentários pois carregam o "selo Michael Bay" de excelência nesse quesito.

Outra característica marcante de Bay é o humor desnecessário e, infelizmente, ele também está presente por aqui. As piadinhas até conseguem te arrancar um ou dois sorrisinhos, mas depois de um tempo se tornam cansativas e chatas.

O destaque mesmo fica para os Transformers que estão presentes em menor número do que antes mas estão consideravelmente mais marcantes. Além dos já conhecidos Optimus Prime, Ratchet e Bumblebee, ainda temos os "novatos" (não pra quem já assistia o antigo desenho ou lia as HQs) Drift, CrosshairsHound e o já citado Lockdown, fora os nem tão clássicos Dinobots (já que quase todos não apareciam no desenho original) Scorn, Slug e Strafe, liderados pelo mega fucking foda Grimlock!

Algo legal é ver que os Cybertronianos aparecem muito mais constantemente durante o filme, ao contrário dos anteriores, e de maneira ainda mais convincente. Isso nada mais indica que o filme provavelmente teve um orçamento astronômico e outra evidência disso é sua duração de quase 3 horas!




Uma coisa que vale citar nesse filme, assim como em todos os outros da franquia, é a dublagem de cada um dos Transformers que são excepcionais, com exceção da de Bumblebee que até hoje eu não entendi o porquê de fazerem o coitado falar através do rádio.

Em sumo, Transformers: A Era da Extinção pode se resumir em duas coisas:

Tecnicamente, é um filme ruim e descartável, com uma história péssima de tão simples, personagens sem carisma e efeitos sonoros absurdos o suficiente pra te causarem surdez temporária.

Já por outro lado, Transformers: A Era da Extinção é mais um filme 100% Fan-Service da franquia e há de agradar todos os fãs, principalmente os que cresceram vendo a Generation One, já que podemos ver os Transformers vivos e em conflito na grande tela. Até porque ver atual Prime, Optimus, montando em Grimlock pela primeira vez em tanta definição e realismo é de encher os olhos de todo e qualquer fã.

Ao meu ver, ele é o melhor da franquia — seja porque eu não fui mais obrigado a aguentar a tortura de ver Shia LaBeouf e sua atuação problemática ou porque os Dinobots finalmente deram as caras —, é consideravelmente melhor do que os fiascos A Vingança dos Derrotados (Revenge of The Fallen) e O Lado Oculto da Lua (Dark of The Moon), melhor que o primeiro filme (que foi bem bom) e essa nova trilogia começou muito bem, aos seus padrões, claro. O próprio Michael Bay disse em entrevista:
"(...) Podem dizer o que quiserem. O que eu faço é pelos fãs" e isso é a mais pura verdade. Os filmes da franquia Transformers são Fan-Service total e nunca agradam a crítica internacional. É necessário gostar de verdade dos robozões pra ver além de todos os problemas do filme e se divertir com o que está vendo. É um filme ruim? Sem dúvidas. É clichê? Também. Mas a questão é: alguém realmente liga ou só quer ver robôs gigantes lutando? Eu, sem dúvidas, quero só isso.

Agora ponha na balança tudo o que eu disse e decida: vale a pena ir ver mais um fan-service ou não?


NOTA FINAL: 2/5


"Autobots wage their battle to destroy the evil forces of the Decepticons...". Desenterrei? Pois é...

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