quinta-feira, 31 de julho de 2014

Transcendence: A Revolução - Um filme corajoso que tenta ser inteligente e falha miseravelmente (Crítica)



Transcendence: A Revolução (Transcendence) é mais novo filme de Johnny Depp (Piratas do Caribe) que tinha tudo pra dar certo, principalmente levando em consideração o assunto que ele propunha. O resultado final já não foi bem assim.

Transcendence conta a história do doutor Will Caster (Johnny Depp), especialista em estudos da inteligência-artificial que, após sofrer um atentado por uma organização que vai contra seus princípios, tem sua mente "upada", por assim dizer, num supercomputador. Para isso ele conta com a ajuda de sua esposa, Evelyn (Rebecca Hall), e seu amigo Max Waters (Paul Bettany). Basicamente, o longa trata justamente das consequências desse ato.

O longa tem uma produção de peso, com envolvimento de Christopher Nolan (Trilogia Batman e A Origem) e um elenco ainda mais forte e influente, com Johnny Depp, Rebecca Hall, Paul Bettany, Kate Mara (House of Cards), Morgan Freeman e Cillian Murphy, sendo esses dois últimos atores que participaram da trilogia do Cavaleiro das Trevas de Nolan. É dirigido por Wally Pfister, que já trabalhou como fotógrafo na Trilogia Batman de Nolan. Ou seja, se você disser que esse filme é controlado por Christopher Nolan e ninguém mais, talvez ninguém realmente discorde.




Além de uma produção e um elenco "pesados", por assim dizer, o filme ainda traz uma proposta muito interessante: ideias como "o que aconteceria se uma máquina tivesse auto-consciência?", "quais seriam as consequências de transportar uma mente, de certa forma, humana para a rede mundial de computadores onde se tem acesso, à grosso modo, à todas as informações de todas as pessoas do mundo?", "essa onipresença pode criar uma espécie de deus?" ou até mesmo "o quanto a personalidade dessa pessoa mudaria? Ela seria a mesma pessoa de antes?". Como eu disse, são ideias muito interessantes mas que o filme não explora completamente. A própria relação entre Evelyn e Will é mal explorada e, já no final do filme, a cena que deveria causar um impacto em quem está assistindo acaba por ser esperada e, em alguns casos, até desejada, por que não?

A atuação é boa e convincente, principalmente as de Paul Bettany, Rebecca Hall e Kate Mara. Já o próprio Depp e seu papel — que, incrivelmente, é um dos poucos que não parece ser uma reciclagem do velho (Capitão) Jack Sparrow — é longe disso. A atuação de Depp aqui é uma das piores que ele já realizou em sua carreira. O ator parece completamente desinteressado em estar ali (isto é, nas cenas iniciais onde ele aparece "como um humano").




Tecnicamente o filme é um tanto impecável, mas em outros aspectos não.

O longa tenta ser inteligente com as propostas apresentadas mas falha miseravelmente em outras coisas que deveriam ter sido tomadas como lógicas pela produção como o computador que acende velas e serve vinho, o simples cientista que sabe atirar, o fato de os acontecimentos do filme não serem noticiados em qualquer jornal do mundo e, principalmente, decisões que deveriam ter um amplo planejamento de diversos governos do mundo que são tomadas na hora por qualquer pessoa de baixo escalão, ou até mesmo a falta de obediência da hierarquia onde qualquer soldado pode tomar qualquer decisão mesmo que contrarie completamente a ordem de seu superior. Essas e outras acabam por desanimar a quem está assistindo.

Por fim pode-se dizer que Transcendence: A Revolução mira alto e longe, mas erra o alvo miseravelmente. Levando tudo isso em consideração, até que a ideia de Morgan Freeman de "fugir desse lugar" não é tão ruim...


NOTA FINAL: 2/5

Um comentário:

  1. O filme é o pai também. Eu gostei, havia muitos elementos que pareciam muito atraente para mim, a sequência de ideias foi bom, mas alguma coisa aconteceu durante esse filme que não se conformava Trascender; no entanto, é um muito interessante para quem gosta de filme de ficção científica, o colapso da humanidade e do governo conspirações. Ele tem seus contras, mas é definitivamente interessante perguntar-nos mesmo com filmes, dilemas éticos que existem na ciência e desenvolvimento. Nós dois estamos dispostos a sacrificar a nossa ética e morais, a fim de salvar vidas; um debate que queima quando se trata de células, nanotecnologia e ciência médica-tronco.

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