segunda-feira, 10 de março de 2014

Linha de Frente - Novo filme com Jason Statham que tenta reviver afórmula brucutu. Será que dá certo? (Crítica)



Linha de Frente (Homefront) é um filme americano de ação frenética dirigido por Gary Fleder (O Júri, Impostor e a fantástica série de TV The Shield), é baseado no livro de mesmo nome de Chuck Logan e conta com roteiro de ninguém mais do que o grandioso e querido Sylvester Stallone (preciso mesmo dizer quem é?), que segue a fórmula "exército de um homem só" consagrada tanto pelo eterno Rambo quanto por Dolph Lundgreen, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Steven Seagal e tantos outros brucutus dos anos 80 e 90.

Contando com um elenco composto por Jason Statham (Parker, Assassino a preço fixo, Os Mercenários e a trilogia Carga Explosiva), James Franco (É o fim, Lovelace e O Homem de Gelo) e Winona Ryder (O Homem de Gelo, Cisne Negro e Star Trek), o filme tenta reviver o gosto de Hollywood por filmes de cidadãos fodas (daqueles que têm um revolver com 6 balas e matam 7 caras), mas será que a ideia dá certo?




Linha de Frente conta a história de Phil Broker (Jason Statham), um ex-agente da DEA (Departamento de Combate à Narcóticos), nos EUA. Depois de trabalhar infiltrado por dois anos em uma gangue de motoqueiros perigosos, chamados Outcasts, que lidam com o mercado de drogas, em especial a metanfetamina (isso pode significar muita coisa pra muita gente), com o objetivo de prender o seu líder: Danny T (Chuck Zito).

Após a operação terminar de modo desastroso mas ainda sim obtendo sucesso, Broker resolve se mudar para uma cidade no interior, o local de nascimento de sua falecida esposa, com sua filha de 10 anos Maddy (Izabela Vidovic). Entretanto, devido a um problema na escola de Maddy, Phil acaba batendo de frente com Cassie (Kate Bosworth), que contata seu irmão Gator (James Franco) para lidar com Broker. Gator é um pequeno produtor de drogas que almeja aumentar o seu negócio, dando então a informação do paradeiro de Phil Broker para Danny T, que ainda tem sede de vingança pelo ex-agente.

A atuação de quase todo mundo aqui é muito boa, com destaque para James Franco, Kate Bosworth e Winona Rider. Mas, por algum motivo, o próprio Jason Statham não convence e não consegue passar muita emoção do personagem para quem está assistindo, e isso fica um tanto evidente.

O enredo do filme não é muito elaborado e não aprofunda muito em seus personagens, mas ele também não é só uma premissa para Statham sair matando todos em seu caminho. Stallone foi esperto em escolher esse tipo de narrativa, do ex-policial que resolve sair da vida de violência e viver com sua filha no interior. E logo aqui já sentimos o peso da influência de Rambo: Programado para matar (First Blood), onde o personagem principal não é bem aceito pelos "caipiras" que vivem na cidade, e aqui ele quase chega a se estranhar com o xerife da cidade (lembra algo?).




O filme, entretanto, não consegue decolar por alguns fatores, um deles é que tudo acaba sendo muito previsível: nós já sabemos como tudo vai terminar desde o momento em que Jason Statham entra em cena pela primeira vez após a introdução. Aqui, ele está apenas fazendo o mesmo que outros atores já fizeram, algo como matar + lutar + matar novamente. Algumas coisas, alias, não fazem sentido. Aqui, Statham está fazendo tudo MENOS o que um agente faria.

Outro fato que não deixa o filme decolar é a direção meio porca de Fleder (um diretor que já não é muito bom). O jogo de câmeras é muito ruim e, se você reclamava de José Padilha e sua câmera inquieta, saiba que Fleder usa e abusa dela aqui também para tentar passar mais emoção e adrenalina, mas não passa nada além de frustração, já que chega até a exagerar e acaba enjoando depois de um tempo.

Se é preciso um filme para lançar Jason Statham em níveis de títulos blockbusters, esse não é o caso. Aqui, ele falha miseravelmente no quesito. Mas, se você está esperando por um bom filme de ação, tudo sai conforme o esperado de algo do tipo. Violência, morte, sequestro, perseguições de carro, lutas e até o sequestro de um gatinho de estimação (porque, como diria Marcelo Forlani, do site Omelete: Isso é do mal).


NOTA FINAL: 2.5/5

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